29/04/2012

Noturno parisiense As invasões construtivas do UX


 RESUMO O grupo de artistas Urban eXperiment, especializou-se nos últimos 30 anos a invadir, por redes subterrâneas de túneis, patrimônios públicos abandonados de Paris para restaurá-los clandestinamente. É o caso do relógio do Panthéon, parado havia décadas, cujo restauro lhes rendeu um processo do governo francês.

 JON LACKMAN

 Tradução Paulo MiGliacci

 Ilustração André Farkas

 Há 30 anos, na calada da noite, um grupo de adolescentes parisienses realizou uma invasão fora de série. Reuniram-se num café perto da Torre Eiffel para repassar os planos pela última vez. Abrindo a tampa de um bueiro, desceram pela escada e chegaram a um túnel de concreto por onde passava um cabo que avançava pela escuridão.

 Seguiram o cabo até a fonte: o subsolo do edifício do Ministério das Telecomunicações. Uma grade horizontal bloqueava o caminho, mas eles eram magrinhos, conseguiram passar e subiram ao térreo. Na central da segurança, encontraram três molhos de chaves e um livro de ponto que indicava quais guardas estavam em serviço.

 Mas não havia guardas à vista. Os invasores vasculharam o prédio por horas, sem encontrar ninguém, até que, num fundo de gaveta, viram o que estavam buscando: os mapas da rede urbana de túneis do ministério.

Copiaram os mapas e devolveram as chaves. Abriram a porta da frente: nada de policiais, nada de transeuntes. Saíram por uma deserta Avenue de Ségur e caminharam para casa, ao raiar do dia.

 A aventura clandestina não foi um roubo nem um ato de espionagem, mas uma operação crucial para a associação que ficaria conhecida como UX, ou Urban eXperiment. O UX é uma espécie de coletivo de artistas, mas está longe de ser um grupo de vanguarda, que força o público a confrontar o novo; seu único público é o próprio grupo. Além disso, o coletivo volta e meia se mostra radicalmente conservador, imoderado em sua devoção ao antigo.

 Com meticulosas infiltrações, membros do UX executaram incríveis atos de preservação e reparo cultural, no espírito de "manter as partes do nosso patrimônio que o governo abandonou ou não consegue manter". O grupo diz ter feito 15 restaurações clandestinas em Paris, muitas em locais seculares.

 O que tornou isso possível foi seu domínio progressivo, ao longo de 30 anos, da rede de passagens subterrâneas -centenas de quilômetros de túneis de telecomunicação, energia, água, esgoto, catacumbas, metrô e minas centenárias.

 Feito hackers que invadem redes digitais e controlam máquinas importantes, os membros do UX executam missões clandestinas em todos os túneis e espaços subterrâneos de Paris, supostamente protegidos. Eles os utilizam para chegar a sítios de restauração e já realizaram festivais de cinema nos porões de prédios desocupados.

 RELÓGIO A travessura mais espetacular da UX aconteceu em 2006. Um grupo dedicou meses a se infiltrar no Panthéon, a grandiosa construção que abriga os restos mortais de personagens centrais da história e da cultura da França.

 Oito membros montaram uma oficina secreta numa sala, com fiação elétrica e de internet, cadeiras, ferramentas, geladeira e fogareiro. Por um ano, restauraram o relógio do Panthéon, instalado no século 19 e enguiçado desde os anos 60. Os moradores do bairro devem ter tomado um susto ao ouvir, pela primeira vez em décadas, o carrilhão tocando a cada 15 minutos.

 Há oito anos, o governo francês nem sabia que o UX existia. Quando as aventuras do grupo começaram a sair na imprensa, seus membros chegaram a ser retratados como marginais e até como potencial inspiração para terroristas. Mas há autoridades que não conseguem esconder sua admiração. Ao ouvir o nome UX, Sylvie Gautron, da polícia de Paris -cuja tarefa é vigiar as antigas pedreiras-, abre um largo sorriso.

 O grupo se refere à cidade como a tela para sua obra; seus membros alegam ter acesso a todos os edifícios do governo, a todos os estreitos túneis de telecomunicações. Será que Sylvie acredita nisso? "Talvez", ela diz. "Tudo o que eles fazem é muito intenso".

 Pioneiro e porta-voz extraoficial do UX, Lazar Kunstmann -quase certamente um pseudônimo de super-herói, pois significa "Homem-Arte" em alemão- se veste de preto, é calvo, quarentão, caloroso, divertido. Estamos nos fundos de um café frequentado por universitários, tomando expressos.

 Para ele, o caso ilustra os principais problemas da civilização atual -fatalismo, complacência, ignorância, bairrismo e negligência.

 As autoridades, ele diz, só se esforçam para proteger o patrimônio amado pelas multidões, como o Louvre. Locais menos conhecidos são negligenciados e, caso não sejam abertos ao público -por exemplo, se forem subterrâneos-, se deterioram, ainda que o único reparo necessário fosse consertar um vazamento por R$ 200. O UX cuida das ovelhas negras, dos locais desdenhados, dos artefatos esquecidos pela civilização. 

SIGILO É difícil, porém, relatar a extensão desse trabalho voluntário e clandestino. O grupo preza o sigilo, e seus feitos conhecidos só foram revelados por acidente.

 O público ficou sabendo dos festivais de cinema subterrâneos quando a ex-namorada de um integrante, magoada, fez uma denúncia à polícia. Repórteres só descobriram a restauração no Panthéon porque membros do UX se enganaram ao supor que seria seguro chamar o diretor do prédio para assumir a manutenção de rotina do relógio restaurado.

 Com base nos interesses de seus membros, o UX montou uma rede de células, com subgrupos especializados em cartografia, infiltração, túneis, alvenaria, comunicação interna, arquivos, restauração e programação cultural.

 Os cerca de cem integrantes são livres para mudar de função e têm acesso a todas as ferramentas de que o grupo dispõe. Não há manifesto, carta, estatutos -exceto a obrigação de preservar o sigilo. A adesão é reservada a convidados; quando um integrante descobre alguém que já esteja envolvido no tipo de atividade que o UX promove, aborda a pessoa e discute uma possível união de forças. Embora o grupo não cobre taxa de adesão, os membros dão contribuições em dinheiro para os projetos.

 A primeira experiência do UX, em setembro de 1981, foi acidental. Um estudante de ensino médio, Andrei, tentava impressionar dois colegas mais velhos, afirmando que ele e seu amigo Peter conseguiam entrar em lugares proibidos e que estavam prontos para tentar o Panthéon, uma imensa igreja no 5ème arrondissement (divisão administrativa parisiense).

 Andrei contou tanta vantagem que, para não dar vexame, teve de cumprir a promessa -e foi com os novos amigos. Esconderam-se no prédio até anoitecer. A ocupação provou ser facílima -não havia guardas nem alarmes-, e a experiência os eletrizou. Passaram a imaginar o que mais poderiam fazer.

 Kunstmann, colega de Andrei e Peter, foi um dos primeiros membros do UX. O grupo logo expandiu as atividades ao obter os mapas dos túneis do Ministério das Telecomunicações e de outras fontes.

 Muitos prédios parisienses estão interligados por passagens nos porões, tão desprotegidas quanto os túneis. A maioria das autoridades, diz Kunstmann, age como se acreditasse num princípio absurdo: ir aos túneis é proibido, portanto ninguém vai lá. Isso, ironiza ele, "é uma conclusão irretocável -e, além disso, prática, pois, já que as pessoas não usam os túneis, é só trancar as entradas". 

Só quando estive nos túneis -algo ilegal e passível de multa de até € 60 (R$ 150), embora raros sejam pegos- entendi a complacência das autoridades. Achar uma entrada destrancada, sem o know-how do UX, levou 45 minutos de caminhada a partir do metrô. O UX tem acesso a túneis secos e espaçosos, mas os mais fáceis de entrar, que percorri, são estreitos e meio alagados. Quando voltei à entrada, estava exausto, imundo e todo arranhado.

 FESTIVAL Numa típica noite de festival subterrâneo, integrantes do grupo exibem pelo menos dois filmes que tenham alguma conexão, não óbvia, mas instigante. Não explicam a conexão e deixam à plateia a tarefa de descobri-la.

 Durante um verão, o grupo organizou um festival de cinema dedicado a "desertos urbanos" -os espaços esquecidos e subutilizados de uma cidade. Decidiram, naturalmente, que o lugar ideal para um festival como esse seria um dos espaços de que o evento tratava. Escolheram uma sala sob o Palais de Chaillot, que conheciam fazia muito tempo e à qual tinham acesso ilimitado.

 O edifício abrigava então a famosa Cinemathèque Française, o que tornava a sala duplamente apropriada. Montaram um bar, uma sala de jantar, espaços de convivência e uma sala de exibição para 20 espectadores; por anos a fio, realizaram festivais lá todo verão. "Os cinemas de bairro deviam ser assim", diz Kunstmann.

 PANTHÉON A restauração do relógio do Panthéon foi executada por um subgrupo do UX, conhecido como Untergunther, que se dedica ao restauro. O Panthéon era uma escolha especial: foi lá que o UX começou e, ao longo dos anos, exibiu filmes, realizou exposições de arte e encenou peças.

 Num desses eventos, em 2005, Jean-Baptiste Viot, fundador do UX e um dos poucos a revelar seu nome real, decidiu observar de perto o relógio Wagner do edifício, uma maravilha da engenharia instalada no século 19, em substituição ao antigo (o Panthéon tinha relógio já em 1790).

 Viot admirava o Wagner desde a sua primeira visita. Nos anos seguintes, tornou-se relojoeiro profissional, empregado da Breguet, fabricante de relógios de luxo. Em 2005, Viot convenceu sete integrantes do grupo a se unirem a ele na restauração do relógio.

 O projeto estava em discussão havia anos, mas de repente se tornou urgente. A ferrugem era tanta que logo seria impossível consertar o mecanismo sem recriar, em vez de restaurar, cada peça. "Não seria uma restauração, mas uma réplica", diz Kunstmann.

 Quando o projeto começou, ganhou significado quase místico para a equipe. Paris, tal como a viam, era o centro da civilização francesa e tinha sido, um dia, o centro da civilização ocidental. O Quartier Latin era o centro histórico da intelectualidade francesa. O Panthéon fica no Quartier Latin e é dedicado aos grandes nomes da história do país. E lá dentro havia um relógio que batia como um coração até subitamente silenciar. Os oito membros do Untergunther queriam ressuscitar o coração do mundo. Passaram a dedicar todo o seu tempo livre ao projeto.

 Primeiro montaram uma oficina no alto do edifício, logo abaixo do domo, num piso ao qual ninguém ia (nem mesmo seguranças) -uma espécie de "espaço flutuante", como o descreve Kunstmann, iluminado por fendas nas paredes.

 "De lá, podíamos contemplar Paris de uma altura de 15 andares. Do lado de fora, tem cara de disco voador; de dentro, parece uma casamata", lembra Kunstmann. A oficina foi equipada com oito cadeiras, mesa, estantes, frigobar e cortinas de veludo vermelho, para ajudar a controlar a temperatura. "Todos os itens foram concebidos para serem dobrados e guardados em caixotes de madeira como os que estão espalhados por toda parte do monumento", diz.

 Na calada da noite, eles galgavam escadarias, levando madeira, brocas, serras, ferramentas de relojoaria. Modernizaram a fiação elétrica do espaço. Gastaram € 4.000 (cerca de R$ 9.940) em materiais, pagos por eles mesmos. No terraço, criaram um pomar.

 A segurança do Panthéon era precária. "Ninguém, nem policiais nem transeuntes, se incomodava com gente entrando ou saindo do pela porta da frente do Panthéon", diz Kunstmann. Mesmo assim, os oito se equiparam com crachás falsificados, com fotos, chip, holograma com o perfil do monumento e um código de barras "totalmente inútil, mas impressionante", diz Kunstmann.

 SABOTAGEM Quando a oficina estava pronta e limpa, começaram a trabalhar. O primeiro passo era entender por que o relógio havia se deteriorado àquele ponto -"uma espécie de autópsia", diz Kunstmann. Parecia sabotagem. Aparentemente, um funcionário do Panthéon, cansado da obrigação de dar corda uma vez por semana, destruíra uma engrenagem com uma barra de ferro.

 Levaram a máquina para a oficina. Viot ensinou os colegas a consertar relógios. Primeiro, limpavam cada peça com "banho de relojoeiro". Primeiro, três litros de água obtidos nos banheiros do primeiro piso. A isso acrescentavam 500 gramas de sabão solúvel, 250 ml de amônia e uma colher de sopa de ácido oxálico -misturados e aquecidos a 140 graus centígrados. Com a solução, o grupo lixava e polia cada superfície. 

Depois, repararam o gabinete de vidro do mecanismo, substituíram as polias e cabos quebrados e recriaram do zero a engrenagem sabotada (a roda de escape, roda dentada que administra a rotação do relógio), bem como peças desaparecidas, como o pêndulo.

 Ao terminar o trabalho, no terceiro trimestre de 2006, o UX informou ao Panthéon o sucesso da operação. O grupo imaginava que a administração assumiria o crédito pela restauração e a responsabilidade pela manutenção. Avisaram o diretor, Bernard Jeannot, por telefone, e se ofereceram para dar os detalhes em um encontro. Quatro integrantes do grupo foram, entre eles Kunstmann e a líder do grupo, uma fotógrafa de seus 40 anos.

 Ficaram atônitos quando Jeannot se recusou a acreditar na história. Chocaram-se ainda mais porque, depois de lhe mostrarem a oficina ("Acho que preciso me sentar", ele murmurou), a administração decidiu processar o UX, pedindo a pena de um ano de prisão e multa de € 43,8 mil (R$ 109 mil).

 Pascal Monnet, então assistente de Jeannot e hoje diretor da casa, contratou um relojoeiro para desfazer a restauração, sabotando o relógio de novo. Mas o relojoeiro se recusou a fazer mais que desconectar a roda de escape, originalmente sabotada. O UX voltou a invadir o edifício para remover a peça e guardá-la, na esperança de que uma futura gestão mais esclarecida a quisesse de volta.

 O governo saiu derrotado no processo. Abriu um segundo e também perdeu. Ao que parece, não existe na França uma lei contra melhorar relógios. No tribunal, uma promotora definiu como "estúpidas" as acusações de seu próprio governo contra o UX. Mas o relógio continua parado, com os ponteiros congelados às 10h51.

 NARCISISMO Os membros do UX não são guerrilheiros, subversivos, combatentes pela liberdade nem rebeldes, muito menos terroristas. Não consertaram o relógio para causar embaraços ao Estado nem sonham em derrubar o governo. Tudo o que fazem é para seu próprio consumo; se podem ser acusados de algo, é de narcisismo.

 O grupo tem parte da culpa pela incompreensão sobre seu trabalho. Os integrantes reconhecem que a maioria de seus contatos com o mundo externo serve para despistar autoridades e intrometidos. Tentam se esconder na massa de parisienses que penetra os subterrâneos da cidade para passeios turísticos ou festas. 

O que os atrai nesses lugares? Kunstmann responde a essa pergunta com outras: "Você tem plantas em casa?", questiona, impaciente. "Rega todo dia? Por quê?" Porque, ele responde, "de outra forma elas não passam de coisas feias e mortas". É por isso que esses símbolos culturais esquecidos são importantes -"porque temos acesso a eles, os vemos".

 O objetivo, diz, não é necessariamente fazer com que essas coisas voltem a funcionar. "Se restauramos um abrigo contra bombas, certamente não esperamos novos bombardeios para que as pessoas possam usá-lo. Se restauramos uma estação de metrô do começo do século 20, não pensamos que a Electricité de France vá nos pedir para converter a energia de 200 mil para 20 mil volts. Só queremos que tudo fique o mais perto possível de um estado funcional".

 O UX tem um motivo simples para manter sigilo sobre os locais, mesmo depois de restaurá-los. O mesmo anonimato que os privou de cuidados "paradoxalmente os protegerá mais tarde" de saques e grafiteiros, diz Kunstmann. O grupo sabe que não conseguirá chegar à maioria de locais que precisam de restauração. Mas, "a despeito disso, o conhecimento de que alguns deles, mesmo uma pequena fração, não desaparecerá porque conseguimos restaurá-los é fonte de extrema satisfação".

 Peço que ele se estenda mais sobre a escolha de projetos do grupo. "Não podemos falar muito", responde, "porque, se descrevermos os locais, mesmo que vagamente, podemos revelar onde ficam".

 Um dos locais "é subterrâneo, no sul de Paris, não longe daqui. Foi descoberto há pouco, mas atraiu forte interesse. Contradiz a história do edifício que fica sobre ele. É história em reverso, de certa forma; o local se destinava a uma atividade, há certas estruturas lá, mas na realidade ele já realizava essa atividade muito tempo atrás".

 Caminhando pelo Quartier Latin em uma noite amena, tento imaginar o que Kunstmann descreve e a cidade se transforma diante dos meus olhos e sob meus pés. Será que falsários operavam do porão da Casa da Moeda parisiense? A igreja de Saint-Sulpice foi construída no terreno de um templo pagão? Subitamente, a cidade toda parece repleta de possibilidades. Cada fechadura é um olho mágico, cada túnel é uma passagem, cada edifício às escuras, um teatro.

 Mas também fica claro que o UX mantém seu amor por sua primeira tela, o Panthéon. Para fechar este artigo, uma colega precisava verificar uma questão junto a Kunstmann. Ele respondeu que ela podia ligar "a qualquer hora", e ela o fez, ainda que fosse 1h em Paris.

 Ele atendeu ofegante e disse que estava carregando um sofá. Ela fez a pergunta: quando o relógio foi paralisado, depois da restauração, que hora seu mostrador marcava? Kunstmann estava no Panthéon. "Pera aí", disse. "Vou verificar."

 Texto publicado pela revista "Wired".

27/04/2012

Belas mulheres em museus

Os museus pelo mundo afora estão cheios de belíssimas obras de arte das culturas mais diferentes. Dentro de um museu você pode encontrar beleza até mesmo nas obras de arte ruins! Mas os museus devem ser mais do que o seu acervo pode proporcionar, e a participação dos visitantes são sempre um espetáculo a parte. Um museu dinâmico ou "vivo", para usar um jargão popular, tem em seus visitantes um a parte importante da dinâmica expositiva.

Não sei exatamente o que Xavier Aaronson estava pensando em toda essa baboseira teoria quando teve a ideia de criar o site Babe at the Museum, ou queria apenas uma desculpa para ter fotos de mulheres bonitas dentro de museus. De qualquer forma, a ideia é interessante e vale a pena conferir. Aliás, se você tiver uma foto de alguma mulher bonita dentro de algum museu brasileiro, você pode enviar também para o e-mail babesatthemuseum@gmail.com

Para saber mais acesse aqui: http://www.vice.com/pt_br/read/gatas-no-museu
Site dele: http://www.babesatthemuseum.com/

Monalisa/Monacrespa

Essa imagem se espalhou pelo Facebook. A Mona tá em todas...

Museu de cera de Nova York expõe réplicas de heróis de 'Os Vingadores'

Exposição é inspirada em novo filme de personagens de HQs da Marvel.
Homem-Aranha, Thor, Homem de Ferro, Capitão América e Hulk aparecem.

O museu de cera Madame Tussauds, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, revelou nesta quinta-feira (26) a exposição "Marvel Superhero Experience", inspirada nos personagens do filme "Os Vingadores". Na exibição, podem ser vistas réplicas de Homem-Aranha, Thor, Homem de Ferro, Capitão América e Hulk, super-heróis das histórias em quadrinhos do universo Marvel. (Foto: REUTERS/Keith Bedford)

Durante a inauguração da "Marvel Superhero Experience", um ator fantasiado de Homem-Aranha, único dos heróis reproduzidos em cera que não aparece em "Os Vingadores", brincou com crianças que visitavam a exposição. (Foto: REUTERS/Keith Bedford)

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/04/museu-de-cera-de-nova-iorque-expoe-replicas-de-herois-de-os-vingadores.html

25/04/2012

Exposição curricular 2012.1 UNIRIO

Como acontece todo semestre na Escola de Museologia da Unirio, no âmbito das disciplinas Museologia e Comunicação e Museologia a turma irá abordar uma temática para desenvolver uma exposição. Este ano a turma 2012.1 vai trabalhar o Festival de 67.




Para saber mais acesse: http://opublicocantavozesdofestivalde1967.blogspot.com.br/

Reabertura da exposição permanente do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil


250 obras de Visconti no Museu Nacional de Belas Artes (RJ)

O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA/Ibram) exibe, até 17 de junho, Eliseu Visconti – a modernidade antecipada, exposição com cerca 250 obras, entre pinturas, desenhos, cerâmicas e objetos realizados pelo artista. 

Após 63 anos da última retrospectiva do artista nos seus espaços, o museu exibirá obras que nunca foram vistas pelo público, nem mesmo por especialistas brasileiros em história da arte, que pertencem a 15 instituições e a 80 colecionadores particulares. O maior acervo de obras do artista, contudo, pertence ao MNBA. 

A produção de Eliseu Visconti é apresentada em toda sua extensão, desde o início de sua carreira, em 1888, época em que ainda fazia parte da Academia Imperial de Belas-Artes, até o seu falecimento, em 1944. 

A retrospectiva é dividida por períodos e temas, em consonância com os trabalhos desenvolvidos pelo pintor e também designer. Entre eles estão paisagens, cenas de família, retratos, nus, temas históricos, painéis decorativos e objetos de design, além de desenhos e aquarelas. 

A mostra tem curadoria dos historiadores de arte Rafael Cardoso e Mirian Seraphim, e de Tobias Stourdzé Visconti, neto do artista e responsável pelo Projeto Eliseu Visconti, criado em 2005 para preservar e divulgar a memória do pintor. Saiba mais.

24/04/2012

Novo museu de cera nos EUA instala King Kong em sua fachada

Hollywood Wax Museum, no Tennessee, será aberto ao público até junho.
Enorme escultura representa o gorila gigante esmagando um avião.


Um museu de cera que vai ser inaugurado na cidade de Pigeon Force, no Tennessee, ganhou nesta terça-feira (24) um adereço impressionante ao seu exterior. A enorme escultura representando o King Kong esmagando um avião foi acoplada com o uso de um guindaste ao prédio do Hollywood Wax Museum, que tem previsão de abertura para até meados de junho.

Museu da Inconfidência poderá ser visitado virtualmente a partir de 21 de abril

O Museu da Inconfidência/Ibram, localizado em Ouro Preto (MG), comemorou o Dia de Tiradentes (21 de abril) este ano com uma novidade: a partir deste dia, pessoas de todo o mundo poderão visitar gratuitamente, via internet, a exposição de longa duração deste que é um dos mais tradicionais museus mineiros. 

A ideia foi concebida pelo Projeto Era Virtual, que tem como objetivo ampliar o alcance sociocultural de exposições a partir da modernização da linguagem e democratização do acesso. A iniciativa é amparada por leis de incentivo à cultura e iniciativa privada. 

Por meio de imagens em alta resolução registradas por fotografias em 360 graus, além de textos e audioguias em quatro idiomas, a visita online vai permitir a visualização detalhada de todo o acervo exposto pelo Museu da Inconfidência. 

A visita online foi inaugurada durante a tradicional solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, promovida na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, no sábado (21). A visitação via internet já está disponível no site www.eravirtual.org

O Museu da Incofidência foi Inaugurado em 1944 e tem o objetivo de colecionar, pesquisar e expor objetos relacionados à Inconfidência Mineira e aos principais fatos históricos da sociedade de Minas Gerais dos séculos XVIII e XIX. Saiba mais sobre o museu. 

De portas (re)abertas

Foi numa casa em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em que Benjamin Constant (1837 – 1891) passou os últimos meses de sua vida. Quase um século após a morte do militar que lutou ativamente pela Proclamação da República, a residência virou um museu que abriga um acervo de mobiliário, pinturas, esculturas, indumentárias e objetos pessoais que reconstituem seu ambiente familiar. O museu fechou para reformas há seis meses e agora já está praticamente pronto para reabrir as portas. 

A ideia é que a casa seja inaugurada na Semana Nacional de Museus, possivelmente com uma nova exposição e com o caramanchão do jardim inteiramente novo. Elaine Carrilho, diretora do espaço, conta que a restauração se tornou uma necessidade após fortes chuvas danificarem partes da estrutura do local, em outubro de 2011. 

Na ocasião, a queda de uma árvore obstruiu a entrada e causou danos à rede de energia elétrica; e a força do temporal danificou o muro de contenção da encosta do parque e também as calhas da antiga residência. Como as obras só começaram em 16 de janeiro e a luz, restabelecida em meados de fevereiro, todas as atividades de pesquisa foram suspensas. 

Acima, pintura de Benjamin Constant
Mas isso são águas passadas: para as comemorações de 30 anos do museu, em outubro deste ano, uma série de eventos está sendo planejada. Um exemplo é uma parceria com o Museu da República, que pretende criar um circuito de visitas educativas, tendo como tema o período republicano. 

Esse fundador da República 

Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1837 – 1891) foi militar, engenheiro e professor, participando ativamente da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 e do Governo Provisório que se instalou em seguida. 

Ele mudou-se para a casa em Santa Teresa junto com sua família em janeiro de 1890, vindo a falecer um ano depois, na madrugada de 22 de janeiro de 1891 - um mês antes da promulgação da Constituição da República. 

20/04/2012

Museu do Meio Ambiente será reaberto para a Rio+20



O Museu do Meio Ambiente será reaberto ao público, em junho de 2012, para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio+20). Com apoio financeiro no valor de R$ 5,1 milhões do Fundo Cultural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os recursos serão aplicados na instalação da infraestrutura para os programas educativo, museográfico e de divulgação científica do museu, que fica no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Esses programas funcionarão no primeiro pavimento, em uma área de 400 metros quadrados. No segundo piso, serão apresentadas exposições temporárias. 

A coordenadora do museu, Lídia Vales, da Associação de Amigos do Jardim Botânico, destaca que no programa educativo, por exemplo, estão sendo desenvolvidos jogos gigantes para crianças, com conteúdos ambientais. Na divulgação científica, o software (programa de computador) Fórum de Debate permitirá ao público discutir temas relacionados ao meio ambiente. 

“Isso é superimportante, porque o museu pretende exercitar um diálogo com a sociedade. Ele vai fazer isso por meio dos seus programas. A gente quer esse diálogo, fazer esse canal de comunicação com a sociedade sobre as questões ambientais, mas também não é só falar em mão única. Tem que ter mão e contramão. A gente também quer ouvir a sociedade”, ressalta Lídia. 

O projeto tem ainda um cunho social. Segundo a coordenadora, os recursos do BNDES propiciarão a integração ao museu de um programa de apoio do Jardim Botânico para jovens de baixa renda. “Nós vamos trazer, em conjunto com esse programa, esses jovens e remunerá-los para eles serem o apoio aos monitores e a toda a operação do museu.” 

Para ela, o importante do projeto é colocar esses jovens que vivem em comunidades em uma realidade de valorização do conhecimento, da relação pessoal e do próprio meio ambiente. “Dá uma conotação de cidadania para esses jovens.” 

O lançamento do museu ocorreu em 2006, em solenidade que contou com a presença da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A partir das obras de restauro do prédio histórico e administrativo, datado de 1900, o museu foi inaugurado em 2008, abrigando durante dois anos quatro exposições. As obras de restauro tiveram apoio do BNDES no valor de R$ 1,8 milhão. Após esse período, o museu foi fechado para correção de infiltrações no subsolo, com apoio do BNDES, no montante de R$ 900 mil, além de recursos orçamentários do Jardim Botânico e do Ministério do Meio Ambiente. 

A expectativa é que, quando for reaberto, o Museu do Meio Ambiente receba 300 mil visitantes por ano, de acordo com Lídia. Está prevista a construção de um prédio anexo, que terá uma área de exposições de mil metros quadrados, para mostras de longa duração. O projeto desse novo edifício foi vencedor de um concurso público coordenado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e é assinado por um escritório de arquitetura de Belo Horizonte. A construção deve começar em 2013. Para isso, porém, a biblioteca de referência em botânica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro terá de ser remanejada para perto da Diretoria de Pesquisa. Como o projeto executivo do anexo está sendo concluído, ainda não foram levantados os investimentos necessários para a obra, explicou Lídia Vales. 

Segundo ela, esse prédio novo já recebeu o selo de eficiência energética do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). No prédio histórico, além da questão socioambiental, está sendo considerado o uso sustentável dos materiais. “Tanto na parte expositiva, como na parte da infraestrutura”, ressalta a coordenadora.

5º Fórum Nacional de Museus: inscrições abertas a partir de maio

O 5º Fórum Nacional de Museus já tem data, lugar e tema definidos. A quinta edição do evento acontecerá de 16 a 20 de julho no Rio de Janeiro (RJ) e vai trazer como tema os 40 anos da Declaração da Mesa-Redonda de Santiago do Chile, documento que impulsionou os museus e a museologia social nos países iberoamericanos.

A exemplo do que aconteceu nas edições anteriores, parte da programação do evento será dedicada à apresentação de trabalhos acadêmicos da área de Museologia. As chamadas Comunicações Coordenadas têm como objetivo fomentar e valorizar a produção científica e acadêmica do setor.

Nesta edição, serão selecionados 24 trabalhos para apresentação oral e 40 para a apresentação de pôsteres. O edital de seleção e o período de inscrição estão previstos para a primeira quinzena de maio e serão divulgados no site do Ibram.

O Fórum Nacional de Museus (FNM) é um evento bienal criado com o objetivo de refletir, avaliar e estabelecer diretrizes para a Política Nacional de Museus (PNM) e para o Sistema Brasileiro de Museus (SBM). Além da apresentação de trabalhos acadêmicos, a programação inclui painéis, minicursos e outras atividades

19/04/2012

Valença agora tem museólogo



Profissional ajudará a reavivar os museus locais
por Paulo Henrique Nobre em 11 de Abril de 2012 às 13h12

Talvez seja o que estava faltando. Um profissional com conhecimento técnico para reacender, na cidade, o respeito por sua história, através do reavivamenthttp://www.blogger.com/img/blank.gifo de importantes e pouco utilizados espaços de cultura: os museus. O técnico que chega foi um dos candidatos aprovados no Concurso Público, realizado pelo Município de Valença, em 2011, e convocado no dia 30 de março. Sua função será árdua: movimentar espaços criados em instituições particulares e abrir os museus de Valença para a população local.

Fonte: http://www.local.jor.br/editorial/cultura/valenca-agora-tem-museologo#

(E o museologando poderia deixar de postar isso em homenagem?! rsrs)

18/04/2012

SP é favorita a sediar Museu da Pessoa

Depois de 20 anos dedicados a constituir um acervo virtual, o Museu da Pessoa se prepara para se materializar num espaço físico. O projeto é da fundadora do museu, Karen Worcman, e do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná. Três cidades estão sendo prospectadas para sediar a obra: São Paulo, Rio e Brasília. Tudo depende de quem cederá o terreno.

As negociações mais adiantadas acontecem em São Paulo. E, embora os coordenadores não adiantem informações sobre locais ou patrocinadores, o Valor apurou que entre as possibilidades da capital paulista estão em estudo o Parque do Povo, no Itaim, e a Nova Luz, área próxima à Sala São Paulo, na antiga cracolândia.

O projeto arquitetônico já está pronto. É de Jaime Lerner, como seria esperado. Prevê a construção num terreno de 6.000 a 8.000 metros quadrados e tem como estimativa de custo algo em torno de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões. Inspirada nos contornos e sulcos de uma impressão digital, a planta resulta numa espécie de labirinto a ser construído em baixo relevo numa praça de areia, delimitada por uma moldura.

"Acho fantástica a história do Museu da Pessoa. Porque é a história de cada pessoa que, no fundo, é a história da cidade e do país", diz Lerner. "Pensei na impressão digital porque não há nada que defina melhor uma pessoa. E na areia, pelo significado do tempo que se escoa." Eles querem inaugurar o museu em 2014, a tempo de fazer dele uma atração para pegar embalo no movimento da Copa do Mundo.

O Museu da Pessoa foi fundado em 1991 com a proposta de documentar histórias de vida de qualquer um. Anônimos, famosos, gente de qualquer região, idade, sexo ou classe social. Os depoimentos, gravados em vídeo, foram armazenados num banco digital de forma a preservar a memória social em suas múltiplas vozes. A ideia foi da historiadora carioca Karen Worcman, que encontrou em São Paulo meios para realizar seu projeto.

Sediado numa pequena casa na Vila Madalena, onde trabalham cerca de 20 pessoas, o museu não é aberto ao público para visitação. Nem tem espaço para isso. Claro que visitas podem ser agendadas e quem quiser pode ir lá para contar sua história. Mas as instalações lembram as de um escritório ou de uma produtora, com estúdio de gravação, sala para encontros e arquivo digital. A nova sede concentrará tudo isso, terá espaço expositivo, auditório, biblioteca e acervo. A área de exposições terá divisões flexíveis de forma a se adaptar a cada evento.

Karen Worcman e Jaime Lerner se conheceram em 2010 num ciclo de conferências no qual cada um foi falar do seu trabalho. Lerner se encantou com a apresentação da historiadora. Ao final, aproximou-se dela no corredor e disse: "Tenho a impressão de que chegará o momento em que o museu precisará de um espaço físico para exibir e organizar os depoimentos. Quando você achar necessário, me liga".

Para Lerner, a grande vantagem do Museu da Pessoa ganhar um espaço físico é aliar a surpresa de cada depoimento a uma curadoria baseada numa programação de temas. No museu atual cada um é seu próprio curador e escolhe, pelo controle remoto do vídeo, que tipo de depoimento quer ver. Das paredes do museu atual, Lerner retirou a frase que, para ele, melhor sintetiza o projeto: "Porque a história da gente é como um novelo de lã. Puxou o fio, achou o começo. O resto vem sozinho".

Há outras frases, também, escritas em painéis coloridos no sobrado: do fotógrafo e empresário Thomaz Farkas (1924-2011), do imigrante Josef Zucha e de muitos outros. São europeus que contam como deixaram seus países durante a guerra e revelam detalhes singelos, como a dificuldade que tiveram para chegar ao porto antes da meia-noite, quando zarparia o último navio para o Brasil.

Fotos de brasileiros de norte a sul decoram os ambientes. Na escada, uma linha do tempo conta a evolução da instituição passo a passo. Depoimentos individuais acabaram por ser agrupados em núcleos: mulheres rurais, imigrantes paulistas. Também através de relatos de pessoas foram perfiladas empresas como Vale, Votorantim, Natura e Petrobrás. "Chegou um momento em que a gente percebeu que a mesma metodologia podia servir para várias coisas: para contar a história de uma grande empresa, de um quilombo ou do BNDS. Fizemos a história do comércio em São Paulo, vista por quem participou dele. Do sorveteiro japonês ao dono de uma loja de chapéus em Santos", explica Karen.

Hoje o museu se mantém e gera recursos pela prestação de serviços na área educacional, pelos clientes privados e por patrocinadores institucionais que fazem doações. O balanço da atividade revela números impressionantes. O acervo soma em torno de 15 mil histórias de vida, 72 mil fotos e documentos digitalizados que falam do Brasil nos últimos 100 anos. Tudo está sintetizado num portal que recebe em média 480 mil visitantes por ano.

Na área educacional já foram realizados 200 projetos. Além disso, o museu usa depoimentos orais para capacitar alunos e professores, forma pela qual já atingiu 700 escolas públicas no país. A vasta gama de atividades inclui ainda a produção de DVDs, documentários e de livros.

Durante a evolução do museu, Karen diz ter presenciado um processo de maturação das grandes empresas brasileiras no que se refere à comunicação corporativa. "A questão da memória passou a fazer parte das empresas de uma forma mais complexa do que a produção de um simples livro comemorativo. Para eles passou a ser importante ouvir o que os funcionários tinham a dizer e registrar isso".

Na década de 1980, depois de formada em história pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Karen começou a fazer uma pesquisa sobre os imigrantes judeus no Rio. Foi aí que surgiram os primeiros contornos do que viria a ser o Museu da Pessoa. "Entrevistei vários judeus que sobreviveram aos campos de concentração e ouvi histórias que não estavam em nenhum livro. Vi que havia aí uma forma de refletir sobre os acontecimentos através do depoimento das pessoas e de suas vivências. Mais ou menos o que um bom filme pode fazer."

Ao longo do tempo, o museu inspirou três experiências similares - no Canadá, nos Estados Unidos e em Portugal. Lerner acredita que qualquer cidade brasileira gostaria de abrigar o novo Museu da Pessoa. "Tem uma frase que gosto muito, que diz que o futuro está logo ali, basta atravessar a rua. Mas o que representa o passado na vida da gente! Ali, sim, está o peso, a referência."

FONTE: http://www2.valoronline.com.br/cultura/2618280/sp-e-favorita-sediar-museu-da-pessoa

17/04/2012

Museu italiano queima obras em protesto por falta de verbas



RIO - O museu italiano "The Casoria Contemporary Art Museum", que fica na cidade de Casoria (na província de Nápoles), começou a queimar obras de arte nesta terça-feira. O objetivo do ato é protestar contra os cortes de orçamento do governo.

A primeira obra a que a instituição ateou fogo foi uma pintura da artista Severine Bourguignon, que é a favor do protesto e acompanhou a movimentação por Skype.

"Nossas obras estão indo para a destruição de qualquer forma por causa da indiferença do governo", disse o diretor do museu Antonio Manfredi. Ele planeja queimar três obras de arte em uma semana em uma iniciativa chamada de "Art War" (ou "Arte de Guerra", em tradução livre).

Em 2011, Manfredi fez um pedido formal à Alemanha de asilo para abrigar sua equipe e obras do acervo. Na época, ele afirmou ser ameaçado pela máfia e criticou a incapacidade do governo de proteger a rica herança cultural do país. No entanto, nunca recebeu uma resposta das autoridades alemãs.


Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/museu-italiano-queima-obras-em-protesto-por-falta-de-verbas-4671157#ixzz1sKkxs8LZ

16/04/2012

Museu Titanic

SBT Brasil - Naufrágio do navio Titanic completa 100 anos neste fim de semana.
O Titanic tinha 270 metros de comprimento, 28 metros de largura e a altura de um prédio de 19 andares. Cada uma das duas âncoras pesava 15 toneladas.
Tudo veio abaixo por causa de um iceberg. Ao todo, 1.522 pessoas morreram e pouco mais de 700 se salvaram. Uma tragédia que mudou a história da navegação e inspirou até a indústria cinematográfica. Uma história fascinante, que gerou curiosidade em milhões de pessoas. A cidade de Belfast se deu conta disso e construiu um monumento gigante para mostrar para o mundo inteiro que a história do Titanic começou na capital norte-irlandesa. Um prédio gigantesco, de arquitetura moderna e com as formas de um navio, que custou o equivalente a R$ 230 milhões.
Confira o Vídeo!

12/04/2012

desapego e libertação

Às companheiras e companheiros, amigas e amigos

Hoje, dia 21 de março de 2012, inaugurando o ano astrológico e o equinócio de outono, dirijo-me às amigas e amigos do campo da cultura, das artes, da memória, dos museus e do patrimônio para fazer o seguinte comunicado:

Com a consciência de quem sabe o lugar que ocupa no campo museal brasileiro; com a consciência de quem reconhece o papel que desempenha no âmbito da museologia e dos museus no Brasil; com a consciência de quem compreende que participou e contribuiu de modo orgânico, decisivo e radical para a criação do Ibram e continua contribuindo para o seu melhor desempenho e para a sua consolidação; com a consciência de quem tem uma trajetória bem construída e um futuro em aberto; com a consciência de quem cumpriu a missão e o compromisso assumidos consigo mesmo e com o universo museal; com a consciência de quem não está feliz e compreende que existem múltiplos caminhos para os museus e para a museologia no Brasil e no mundo, solicitei, no dia 17 de fevereiro pp., a minha exoneração do cargo de Diretor do Departamento de Processos Museais do Ibram.

Aqui e agora, reverencio e agradeço imensamente todo o apoio e todo o carinho que sempre recebi das companheiras e dos companheiros que movimentam o campo da cultura, das artes, da memória, dos museus e do patrimônio.

Saio da direção do Depmus. Continuo na vida.

Do coração e da mente,

Mario,

11/04/2012

Publicidade divertida no Museu!

Publicidade divertida!

por Jéssica de Queiroz em 10 de abr de 2012 às 13:32

Idéias geniais que fogem do esperado para a divulgação de museus e exposições.

Visitar museu é algo que grande parte da população ainda não tem hábito de fazer devido a vários fatores distintos. Arrisco dizer que muitos acham chato. Pensando nisso, algumas campanhas publicitárias têm apresentado esses espaços e suas exposições com mais descontração.
Essa linguagem divertida foi usada na campanha para divulgar o 64º aniversário do Museu de Artes de São Paulo-MASP. A agência preparou tirinhas utilizando as imagens da coleção como personagens. De maneira bem humorada, esses personagens falam sobre a festa de aniversário do MASP:









O Comic Museum, apesar de já ser uma proposta diferente de museu, também apostou nesse tipo de publicidade:



O museu do Comunismo apresentou os grandes nomes desse movimento, como Stalin, Lenin e Karl Marx em momentos de intimidade, com o slogan : "Get intimate with History"...







O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli fez cartazes com o slogam "É sua vez de ser apreciado, faça uma doação para o MARGS", onde as pessoas é que são observadas pelos personagens das pinturas.





http://lounge.obviousmag.org/pe_de_quica/2012/04/publicidade-divertida.html#ixzz1rewx8QUM

10/04/2012

ONDE DEIXEI MEU CORAÇÃO: a história dos últimos caiçaras da Ilha Grande

É com prazer que a Equipe do Ecomuseu Ilha Grande/UERJ divulga o trabalho de três moradoras da Ilha, o livro "ONDE DEIXEI MEU CORAÇÃO" narra a história da cultura caiçara no local.

"ONDE DEIXEI MEU CORAÇÃO: a história dos últimos caiçaras da Ilha Grande"
Autoras: Alba Maciel, Hilda de Souza e Neuseli

Preço: R$ 30,00

"Este livro fala de um Aventureiro - a praia e a comunidade do Aventureiro na Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ), vista como uma população "caiçara" - de uma outra época, anterior e trazida pela lembrança; daí o uso do verbo sempre no tempo imperfeito para contar histórias e referir-se a situações que "eram" assim. Mas chega até a época atual, levando em conta a trajetória e a complexa situação de uma população que, como tantas outras no Brasil, se vê envolvida pela decretação do "seu lugar" como Unidade de Conservação da Natureza. O título já indica a declaração de amor e o vínculo das três autoras a esse lugar, que transparecem ao longo do livro."


Quem tiver interesse, por favor, entrar em contato:
telefone: 23340939
email: ecomuseu@uerj.br


Mamute mais bem conservado do mundo será exposto em Hong Kong

Lyuba viveu há cerca de 42 mil anos e morreu com um mês de idade.
Animal foi encontrado no gelo da Rússia, em 2007.

Funcionários de um museu de Hong Kong preparam a exibição da bebê mamute Lyuba. O animal foi encontrado na Península de Iamal, no norte da Rússia, em 2007, preservado no gelo. Lyuba é considerada a espécime de mamute mais bem conservada do mundo. Ela viveu há cerca de 42 mil anos e morreu com apenas um mês de idade. Seu corpo ficará exposto em Hong Kong da próxima quinta (12) até o dia 10 de maio (Foto: AP Photo/Kin Cheung)


Lyuba foi encontrada em 2007 por um pastor de renas em uma região remota da Sibéria. O local fica próximo ao Oceano Ártico e tem gelo permanente, o que manteve o corpo do animal relativamente intacto (Foto: AP Photo/Kin Cheung)

Museu Histórico Nacional reúne imagens para comemoração de 90 anos

O Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro (RJ), completa em 2012 seus noventa anos de atividades. Para celebrar a data, o museu prepara uma homenagem a todos aqueles que integraram sua equipe ao longo de nove décadas de história.

Com esse objetivo, o MHN está realizando um levantamento de imagens 3×4 de funcionários que trabalham ou já trabalharam na casa, que serão expostas numa mostra comemorativa.

Funcionários na ativa já começaram a dar suas contribuições, e uma busca ao arquivo institucional do museu já reuniu fotos disponíveis daqueles que se aposentaram pelo Museu Histórico Nacional.

A instituição busca, agora, fotos de funcionários que deram valiosa contribuição ao museu mas que saíram para outros desafios - muitos deles atuam hoje em outros museus vinculados ao Ibram, instituições do Ministério da Cultura ou se aposentaram por outras instituições.

Ex-funcionários interessados em participar do projeto devem encaminhar suas fotos, que podem ser em preto e branco ou coloridas, para a Assessoria de Comunicação do MHN.
As fotos, que podem ser atuais ou da época em que o funcionário trabalhou no Museu Histórico Nacional, devem ser encaminhadas ao e-mail: mhn.comunicacao@museus.gov.br até a próxima quinta-feira (12).

09/04/2012

Arquivo Secreto do Vaticano -Jornal Nacional

Museu em Roma exibe pela primeira vez arquivos secretos do Vaticano.
"A exposição é uma parte minúscula na significativa dos 85 km que a coleção secreta do Vaticano preencheria se fosse posta em fila com histórias que ainda poucos, muito poucos, tiveram acesso."
Confira o Vídeo!

08/04/2012

Ibram propõe roteiro cultural para museus do Rio de Janeiro durante a Rio+20

Tendo em vista a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) convida museus e entidades culturais do Estado do Rio de Janeiro a colaborarem na elaboração de um roteiro cultural Museus Rio +20.

O objetivo é convocar a comunidade a discutir, vivenciar e trocar experiências e reflexões que conduzam à dimensão da diversidade cultural como vetor de desenvolvimento humano.

As instituições interessadas em participar devem se cadastrar, entre 11 de abril e 4 de maio, na página Museus Rio+20 e inserir as informações relativas à programação proposta durante a conferência. O cadastro funciona nos mesmos moldes de atividades desenvolvidas pelo Ibram como a Semana de Museus e a Primavera dos Museus. O endereço da página para inscrição será divulgado nos próximos dias.

Seminários, exposições, oficinas, espetáculos, mesas redondas, visitas guiadas, exibições de filmes, entre outras atividades, podem integrar o roteiro cultural – que será impresso e distribuído pelo Ibram durante a Rio+20, nos diversos espaços que a conferência irá ocupar, assim como ficará disponível em formato digital. A efetiva inclusão da programação do museu no roteiro cultural acontecerá somente com a inscrição.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail MuseusRio+20@museus.gov.br ou pelos telefones (61)3521.4019/4297.

Fonte: http://www.museus.gov.br/destaque/ibram-propoe-roteiro-cultural-para-museus-do-rio-de-janeiro-durante-a-rio20/

05/04/2012

Museologando avalia - Tarsila do Amaral: Percurso afetivo; e Modernismo: 90 anos de arte moderna no Brasil


Estão acontecendo neste momento na cidade do Rio de Janeiro, duas exposições que dialogam entre si. Uma no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e outra na Caixa Cultural fazem recortes diferentes sobre o mesmo tema: Modernismo brasileiro. O CCBB com um recorte bem específico sobre a artista ícone deste momento traz a cidade uma exposição que já não acontecia a 40 anos. Trata-se de Tarsila do Amaral - percurso afetivo uma narrativa com um recorte de um período que engloba principalmente sua fase “Pau-brasil” onde representa as formas e as cores das terras tupiniquins, mas deixa um pouco de lado sua fase antropofágica, e de engajamento político.

Antropofagia, embora a fase antropofágica tenha sido pouco representada, o CCBB não deixou de fora esta obra

Se de um lado o CCBB fez um recorte bem específico sobre a narrativa apresentada, a Caixa cultural se perde em alguns momentos na exposição Modernismo - 90 Anos de 1922. O nome sugere um recorte comemorativo da semana de 1922 que aconteceu em São Paulo, no entanto, na primeira sala o visitante encontra o casal Lucílio e Georgina de Albuquerque dentre outros artistas mais acadêmicos. Não vejo nisso necessariamente um problema pois considero que seria interessante começar com um apanhado sobre obras anteriores ao movimento iniciado por Oswald e Cia já que o movimento plástico que se firma na semana de 22 é um rompimento com a escola academicista as quais o casal faziam parte. Mas este tipo de abordagem sugere que teremos um enfoque cronológico o que não acontece.

Com a sonoridade de "Pelo telefone", considerado por muitos críticos o primeiro samba de nossa história a ser gravado, a ambientação é prazerosa. Atravessamos uma cortina com uma pintura do Morro do Castelo e nos chocamos com uma fotografia de Augusto Malta no momento de sua demolição. Um momento bastante impactante. Mas a partir daí, a coisa começa a perder o rumo. Neste segundo momento encontramos três desenhos de Tarsila do Amaral, o que sugere que a artista participou da exposição de 22, o que não aconteceu. Uma natureza morta muito modesta da mulher que foi pioneira nestas novas linguagens plásticas experimentadas no Brasil, Anita Malfati, fica expremida entre uma porta que dá passagem para o teceiro setor expositivo e um Belmiro de Almeida. Algumas aquarelas cubistas, e a única escultura de toda a exposição também estão nesta pequena sala que compartilha com a série "Fantoches da meia noite" do Di Cavalcanti.

Fantoches da meia-noite, criado em 1921 por Di Cavalcanti



No quarto setor expositivo, o que mais me agradou foi um vídeo sobre Carlos Drummond de Andrade e um grande estudo do Portinari que também não esteve presente na semana de 22. O que me leva a uma reflexão inevitável pois assistir as duas exposições faz com que invariavelmente comparemos os aspectos positivos de uma em relação a outra. No CCBB foi interessante reparar que cada obra da Tarsila do Amaral, trazia não apenas os aspectos técnicos da obra como também as exposições as quais ela fez parte. Um dado importantíssimo, uma vez que foram tais exposições que projetaram a artista. Já a Caixa que tinha como pretenção apresentar uma retrospectiva dos 90 anos de uma das exposições mais importantes de nossa história, não deixa claro quais obras e quais artistas participaram da semana.


Em Tarsila do Amaral - percurso afetivo, temos um nome que por sí só tem um peso inexplicável na nossa história da arte, e que tem atraído uma quantidade considerável de visitantes. Ela fica em dois espaços do terceiro andar destinado geralmente a exposições menores. Num primeiro momento, como já foi mencionado, podemos ver as principais obras do período “Pau-brasil”, onde fomos prestigiados com “O morro da favela”, a surreal “Urutu” e algumas andanças pelo cubismo, além da principal obra da mostra “Antropofagia”. Alguns objetos e fotos fazem uma rápida contextualização da artista em seu período. Já no segundo setor, as obras são bem modestas e pouco representativas. Você vai encontrar alí um retrato pouco expressivo de sua sobrinha, e alguns retratos de pessoas próximas, como seu marido Oswald.

Morro da favela



A artista sem sombra de dúvidas merecia uma individual no Rio de Janeiro, mas talvez tenham faltado algumas obras. Se a meu ver, esta exposição está muito boa e atraí o visitante só pelo título por outro a instituição está um caos, por conta de outros eventos. Já foi mencionado aqui no museologando que o CCBB recebeu algumas das exposições mais visitadas no mundo, e isso é um ponto muito bom pois mostra que o público brasileiro não é assim tão alheio à arte como o senso comum costuma apresentar. Mas também não podemos de deixar de considerar que estamos falando de uma instituição cultural que não tem o espaço que talvez gostaria de ter, e por isso encontramos discrepâncias terríveis acontecendo no hall de entrada. Também já mencionei uma vez sobre a exposição da Mariko Mori, e a frustração de se esperar horas para se ter uma experiência artística numa de suas obras que ficava exposta no hall, mas o número de pessoas que a obra atraiu é o que realmente interessa a instituição e dessa vez o centro além. A nova estrutura que novamente atrapalha um excelente espaço de convício não tem nenhum vínculo com as exposições do CCBB. Esta megaestrutura que é na verdade um palco para a apresentação de uma peça de Nelson Rodrigues ocupa todo o espaço do hall, ultrapassa seus imites para uma rampa que chega até a frente da livraria, e sua altura chega próxima ao segundo andar da exposição. Ao que resta a pergunta: pra quê? É sempre maravilhoso assistir a uma peça no Nelson Rodrigues, mas a linguagem teatral é bastante ampla para se criar uma peça que não atrapalhe o tráfego de visitantes. Um detalhe, no momento da apresentação da peça, o visitante que estiver na entrada da Av. 1° de março não pode passar pelo hall, tendo que sair da instituição, e ir para a outra entrada se quiser beber água, ir ao banheiro, ou simplesmente pegar suas coisas guardadas no guarda volume.

Superado este stress inicial, sugiro que se você estiver interessado em conhecer as exposições, vá primeiro na Caixa Cultural, pois por mais que tenham algumas falhas comunicacionais, ela tem um bom apanhado de artistas importantes, nem sempre bem representados, mas importantes. Lá você verá Vicente do Rêgo Monteiro, Di Cavalcanti, Portinari, Lucílio de Albuquerque e Georgina de Albuquerque, Tarsila do Amaral (apesar de serem apenas três desenhos), dentre outros. Estando alí visite também as duas outras exposições de arte contemporânea que estão acontecendo na instituição, e essas sim estão maravilhosas!!!! Ainda este mês escrevo sobre elas. Depois de ter feito este apanhado, vá visitar a exposição da Tarsila, mas cuidado com o horário pois tudo indica altos índices de visitantes percorrendo o labirinto do palco encontrado no hall e amontoados para ver Tarsila. Também acontece no centro cultural, uma exposição dos Irmãos Campana e na sala Contemporânea, que tem como objetivo trazer sempre algum artista contemporâneo brasileiro, tem uma obra bastante instigante do José Rufino – Divortium Aquarum.
Tarsila do Amaral - Percurso afetivo

Modernismo: 90 anos da semana de 22

O CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro

A Caixa Cultural fica Avenida Almirante Barroso, 25 - Centro Rio de Janeiro

História do rock invade a Oca, em São Paulo

‘Let’s rock: a exposição’ traz acervo de fotografias, documentários e shows

Uma seleção de mais de 70 fotos do americano Bob Gruen, um dos principais fotógrafos da cultura pop, está na exposição 'Let's rock', na Oca, em São Paulo Divulgação

SÃO PAULO - Uma boa dose de caos é necessária para abrigar num museu seis décadas de rock’n’roll. Fotografias, documentários, shows, palestras, interatividade e uma seleção de objetos que ajudam a contar a história do gênero musical estão reunidos em "Let’s rock: a exposição", aberta nesta quarta-feira ao público em São Paulo, na Oca do Parque do Ibirapuera.

— Não tivemos a pretensão de contar a história do rock. Para isto precisaríamos de umas dez Ocas e muitos anos de curadoria. Quis me aproximar da experiência um pouco caótica de uma loja de discos, onde o público pode descobrir algo novo ou simplesmente encontrar aquilo que já conhecia ou queria — explica José Antônio Algodoal, curador da exposição que ficará em cartaz até 27 de maio.

Algodoal se surpreendeu com a disponibilidade de colecionadores, como os brasileiros Marcel Castro e Marcos Malagoli, e de músicos para ceder material para a exposição. O curador destaca alguns itens que devem chamar a atenção de fãs:

— Uma calça de pijama de Elvis Presley e dois de seus livros de cabeceira, figurinos do Faith No More, emprestados pela própria banda, a máquina de pinball do The Who (da música "Pinball wizard", da ópera-rock "Tommy") e uma gravação pirata dos Arctic Monkeys. Entre os instrumentos, temos a primeira bateria de Iggor Cavalera, o baixo em formato de violino de Paul McCartney e aquele que reproduz um machado de Gene Simmons, do Kiss.

Uma grande exposição de mais de 200 fotografias ocupa o subsolo do prédio projetado por Oscar Niemeyer. São registros dos brasileiros Otávio Souza e Marcelo Rossi, além de — o ponto alto desta parte da mostra — uma seleção de 75 fotos do americano Bob Gruen, considerado o maior fotógrafo do rock. Cheio de boas histórias para contar, ele participa, hoje e sexta-feira, às 15h, de um encontro com o público.

— Escolhi minhas fotos favoritas, como as da visita à Estátua da Liberdade com John Lennon e as da turnê de ônibus pelos Estados Unidos com o Clash que acompanhei — conta Gruen, que mesmo depois de 40 anos de carreira preserva o entusiasmo de principiante. — Um fotógrafo de rock deve trabalhar duro e ter muita paciência. Ajuda ser fã da música. Mas a amizade com os músicos faz toda a diferença, pois tenho a oportunidade de passar mais tempo com eles.


http://oglobo.globo.com/cultura/historia-do-rock-invade-oca-em-sao-paulo-4486159

04/04/2012

Exposição mostra anatomia de animais dissecados

Músculos, ossos e articulações de animais reais são expostos ao público.
Coleção inclui cerca de 100 animais, como um elefante de 56 anos.

Um conjunto de cerca de 100 animais dissecados, entre eles um elefante de 56 anos, será exposto no Museu de História Natural, em Londres. A coleção é uma criação do polêmico anatomista alemão Gunther von Hagens, que já exibiu corpos humanos na exposição "Mundo do Corpo".

Von Hagens usa uma técnica chamada "plastinação". Ele substitui água e gordura presentes no corpo por um tipo específico de plástico. Depois, a pele é corroída com enzimas, para revelar partes subjacentes do corpo. Assim, Von Hagens consegue manter as características anatômicas e evitar o apodrecimento do cadáver.

Além do elefante, são destaques da exposição uma girafa equilibrada em apenas uma pata, o sistema circulatório de um tubarão, uma lula gigante e um sistema nervoso de um felino. A maior parte dos animais vivia em cativeiro e foi doada para o anatomista depois de ter uma morte natural.

Segundo os organizadores da mostra, o objetivo não é chocar, mas mostrar partes escondidas da anatomia dos animais. A exposição, chamada "Animal Virado do Avesso" ("Animal Inside Out", em inglês) vai de 6 de abril a 16 de setembro.

Um elefante asiático fêmea, que morreu aos 56 anos, é um dos destaques da exposição. Neste exemplar, de 3,5 metros, o anatomista Van Hagens buscou deixar aparente a relação entre ossos, músculos e órgãos (Foto: Reuters / Stefan Wermuth)


O sistema circulatório de um tubarão faz parte da exposição. Para mostrar os capilares sanquíneos, Van Hagens introduziu um líquido vermelho na rede de artérias. Depois, removeu a pele do animal. (Foto: Reuters / Stefan Wermuth)


Funcionária da exposição observa um gorila dissecado. (Foto: Reuters / Stefan Wermuth)


Dupla de renas é exposta na "Animal Virado do Avesso", em Londres. (Foto: Reuters / Stefan Wermuth)

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/04/exposicao-mostra-anatomia-de-animais-dissecados-em-londres.html

02/04/2012

Só a arte salva - Alain de Botton


Trecho de entrevista do filósofo Alain de Botton para Revista "Plastic Dreams", n. 7, da Melissa.

Hoje em dia ouvimos com frequência que “museus de arte são as nossas novas igrejas”. Em outras palavras, num mundo cada vez mais secular, a arte substituiu a religião como uma base para a nossa reverência e devoção. É uma idéia intrigante, parte de uma ambição mais abrangente de que a cultura deve substituir a escritura sagrada, mas na prática a maioria dos museus de arte abdicam muito de potencial de funcionar como uma nova igreja (lugares do consolo, significado, santuário, redenção), devido à maneira com que eles lidam com suas coleções de arte. Ao mesmo tempo que eles nos expõem a objetos de genuína importância, os museus parecem não conseguir encaixá-los e apresentá-los de uma maneira que os conecte significativamente com as nossas necessidades internas.

O problema é que os museus contemporâneos não conseguem explicar diretamente para as pessoas o quanto a arte é importante. Isso acontece em decorrência da estética modernista(pela qual os curadores são treinados), profundamente suspeita de qualquer nuance de um abordagem instrumental à cultura. Ter uma resposta sobre a importância da arte que qualquer um possa obter é rapidamente vista como “redutiva”. Nós engolimos com muita facilidade a ideia modernista de que a arte que tem como meta mudar, ajudar ou consolar seu espectador deve por definição ser “arte ruim” (a arte soviética é sempre jogada aqui como um exemplo), e apenas a arte que quer nada muito claro da gente, pode realmente ser boa. Assim, surge a pergunta com a qual frequentemente saímos dos museus contemporâneos: o que que aquilo significou? Por que que essa veneração à ambiguidade deveria continuar? Por que que a confusão deve ser uma emoção estética central? O vazio de intenção da parte de um trabalho de arte é realmente um sinal de sua importância?

O cristianismo, ao contrário, nunca nos deixa com qualquer tipo de dúvida sobre o significado da arte: um canal de ensino de como viver, do que amar e do que sentir medo. Tal arte é extremamente simples no nível de seu propósito, indiferente do quanto é complexa e sutil no nível de sua execução. A arte cristã pode ser resumida a uma série de genialidades que expressam coisas incrivelmente básicas, mas extremamente vitais: “Olhe para aquela imagem de Maria se você quer se lembrar sobre ternura”. “Olhe para aquela pintura da cruz se você quer uma lição sobre coragem”’. “Veja a Última Ceia para se treinar a não ser covarde e mentiroso”. O ponto crucial é que a simplicidade da mensagem implica absolutamente nada sobre a qualidade do trabalho em si, como uma “peça de arte”.

Isso nos dá uma sugestão: e se os museus de arte contemporânea mantivessem em mente os exemplos da função didática da arte cristã para que possam de vez em quando reestruturar a maneira que apresentam suas coleções? Vocês acham que estragariam uma pintura de Rothko se ela fosse apresentada para o público com a própria função que o artista desejava que ela tivesse: proporcionar um momento de participação num eco do sofrimento da nossa própria espécie?

Tente imaginar o que aconteceria se os museus modernos seculares levassem o exemplo das igrejas com mais seriedade. E se eles também decidissem que a arte tem um propósito específico nos ajudar a ficar um pouco mais lúcidos, ou um pouco melhores, ou de vez em quando um pouco mais sábios e gentis e tentar usar a arte em sua posse para nos ajudar com tudo isso. Talvez arte não deveria ser “ARTE PELA ARTE”, um dos mais mal-interpretados e estéreis de todos os slogans estéticos: por que a arte não pode ser como foi nas eras religiosas mais explicitamente para alguma coisa?

O grande desafio é de reescrever as agendas de nossos museus de arte para que suas coleções possam começar a servir as necessidades da psicologia tão efetivamente quanto, por séculos, eles serviram àquelas da teologia. Os curadores precisam tentar colocar de lado seus pavores do instrumentalismo e de vez em quando eleger trabalhados (sic) de arte com a ambição de que eles nos ajudem a sobreviver. Só então poderiam dizer que cumpriram de maneira adequada a excelente mas ainda esquiva ambição dos museus de em parte se tornarem substitutos das igrejas dentro de uma sociedade cada vez mais secular.

Revista (e matéria) na íntegra em: http://www.melissa.com.br/uploads/revistas/Meli_Revi_ED07_AF_baixa.pdf