Ele pediu para ser sepultado no mar, mas ossada acabou exposta.
Dennis Barbosa
Do G1, em Londres
Visitante observa o esqueleto do 'gigante irlandês' em museu londrino (Foto: Dennis Barbosa/G1)
O Museu Hunterian, mantido por uma entidade britânica de cirurgiões, tem uma peça polêmica em sua coleção: o esqueleto de Charles Byrne, que ficou conhecido como o “gigante irlandês”.
Este homem, nascido em 1761, tinha fama de medir mais de 2,5 metros e, graças a isso, chegou a fazer muito dinheiro apresentando-se como uma atração bizarra. A fama também acabou levando-o ao alcoolismo.
Seus ossos indicam que Byrne,que sofria de acromegalia (excesso de hormônio do crescimento), media, na verdade, em torno de 2,40 metros. Ainda assim, era uma altura considerável, ainda mais considerando-se que a população humana cresceu um bom pedaço nos últimos dois séculos.
Byrne chegou com 21 anos em Londres e teve cerca de um ano para se apresentar a plateias de curiosos. Em seguida, ele morreu. Religioso, pedia em vida para que seu corpo fosse sepultado no mar – ele já desconfiava que havia gente interessada em se apoderar de seus restos mortais. E foi exatamente o que aconteceu.
À revelia de seu pedido, a ossada de Byrne acabou como parte da coleção do renomado anatomista John Hunter, em meio a outras centenas de peças. O acervo do Museu Hunterian inclui toda sorte de animais e seres humanos, inteiros e em pedaços, conservados de diferentes maneiras.
Todo esse material foi comprado pelo governo britânico em 1799, e passou a ser administrado pelo Colégio Real de Cirurgiões, que mantém o impressionante acervo aberto ao público, gratuitamente, num museu na região central de Londres.
O caso de Byrne fez com que Thomas Muinzer, um pesquisador da area jurídica, escrevesse no “British Medical Journal”, em 2011, ao defender a retirada do esqueleto do “gigante irlandês” de exposição: “O que foi feito não pode ser desfeito, mas pode ser moralmente retificado. Certamente é tempo de respeitar a memória e a reputação de Byrne”.
Somente da coleção original de John Hunter, o Museu Hunterian mantém 3.500 espécimes preservados, que permitem ao visitante mergulhar na história da medicina. Há ainda outros 2.500 objetos adquiridos posteriormente, além de uma extensa coleção odontológica, com peças raras como, por exemplo, dentes de soldados da batalha de Waterloo (1815).
Hunterian Museum
35-43 Lincoln's Inn Fields - Londres
Metrôs Holborn e Chancery Lane
Aberto de 3ª a sábado, das 10h às 17h
Grátis
http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2013/04/esqueleto-de-gigante-irlandes-e-atracao-polemica-em-museu-londrino.html#.UWBPNzv9jyI.facebook
Visitante observa o esqueleto do 'gigante irlandês' em museu londrino (Foto: Dennis Barbosa/G1)
O Museu Hunterian, mantido por uma entidade britânica de cirurgiões, tem uma peça polêmica em sua coleção: o esqueleto de Charles Byrne, que ficou conhecido como o “gigante irlandês”.
Este homem, nascido em 1761, tinha fama de medir mais de 2,5 metros e, graças a isso, chegou a fazer muito dinheiro apresentando-se como uma atração bizarra. A fama também acabou levando-o ao alcoolismo.
Seus ossos indicam que Byrne,que sofria de acromegalia (excesso de hormônio do crescimento), media, na verdade, em torno de 2,40 metros. Ainda assim, era uma altura considerável, ainda mais considerando-se que a população humana cresceu um bom pedaço nos últimos dois séculos.
Byrne chegou com 21 anos em Londres e teve cerca de um ano para se apresentar a plateias de curiosos. Em seguida, ele morreu. Religioso, pedia em vida para que seu corpo fosse sepultado no mar – ele já desconfiava que havia gente interessada em se apoderar de seus restos mortais. E foi exatamente o que aconteceu.
À revelia de seu pedido, a ossada de Byrne acabou como parte da coleção do renomado anatomista John Hunter, em meio a outras centenas de peças. O acervo do Museu Hunterian inclui toda sorte de animais e seres humanos, inteiros e em pedaços, conservados de diferentes maneiras.
Todo esse material foi comprado pelo governo britânico em 1799, e passou a ser administrado pelo Colégio Real de Cirurgiões, que mantém o impressionante acervo aberto ao público, gratuitamente, num museu na região central de Londres.
O caso de Byrne fez com que Thomas Muinzer, um pesquisador da area jurídica, escrevesse no “British Medical Journal”, em 2011, ao defender a retirada do esqueleto do “gigante irlandês” de exposição: “O que foi feito não pode ser desfeito, mas pode ser moralmente retificado. Certamente é tempo de respeitar a memória e a reputação de Byrne”.
Somente da coleção original de John Hunter, o Museu Hunterian mantém 3.500 espécimes preservados, que permitem ao visitante mergulhar na história da medicina. Há ainda outros 2.500 objetos adquiridos posteriormente, além de uma extensa coleção odontológica, com peças raras como, por exemplo, dentes de soldados da batalha de Waterloo (1815).
Hunterian Museum
35-43 Lincoln's Inn Fields - Londres
Metrôs Holborn e Chancery Lane
Aberto de 3ª a sábado, das 10h às 17h
Grátis
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