Diretor do Whitney, Weinberg teve que repensar reforma do museu após furacão Sandy |
ROBIN POGREBIN
THE NEW YORK TIMES
Nova York. Quando Adam D. Weinberg planejou um novo lar no West Village para o Whitney Museum of American Art, ele não esperava ter que se preocupar com muros à prova d’água ou com encontrar uma companhia de engenharia hidráulica que fabrica escotilhas estanques para a Marinha norte-americana. Mas o fato é que Weinberg, diretor do Whitney, também não esperava pelo furacão Sandy.A tempestade atingiu o museu em cheio, bem quando as obras haviam começado na sua nova sede, ao lado do rio Hudson. O porão foi inundado por 10m de água, o que deixou claro que precauções climáticas se tornariam quase tão importantes quanto a estética.
Weinberg falou sobre essas alterações durante um tour que ofereceu uma prévia do edifício projetado por Renzo Piano, previsto para ficar pronto em 2015. Segundo o diretor, o novo Whitney será um templo da arte norte-americana e um modelo de proteção contra tempestades. “É a pior e a melhor coisa que já aconteceu conosco. Agora, construiremos um prédio no qual temos certeza de que as obras de arte nunca estarão em perigo”, afirmou.
Felizmente para o museu, a construção não estava muito avançada antes da tempestade de 2012, e todo o equipamento estava segurado. Além disso, o Whitney havia tomado algumas precauções porque sua localização, na esquina das ruas Washington e Gansevoort, ficava a apenas um quarteirão do rio.
Enquanto a maioria dos museus realiza suas atividades de tratamento e recuperação das obras de arte nos níveis subterrâneos, o Whitney decidiu que elas ficariam no quinto andar. “Nós sempre soubemos que era uma vulnerabilidade”, explica Weinberg.
Mesmo assim, o Sandy forçou ajustes significativos. De acordo com o diretor, a água subiu 30cm acima da planície de várzea do rio. Com isso, o museu foi atrás de consultoria nas maiores referências mundiais em termos de engenharia hidráulica, incluindo companhias de lugares abaixo do nível do mar, como Holanda e Veneza.
A escolha final acabou sendo a empresa alemã WTM, que se associou ao Franzius Institute da Hanover University, especializado em projetos antitempestade. “Eles fizeram uma análise das condições aquáticas, da possibilidade de ondas e sugeriram um plano para reforçarmos e modernizarmos o lobby e o porão, assegurando que pudéssemos resistir muito além do que o Sandy causou”, conta Weinberg.
Agora, o edifício terá um sistema de barreiras temporário – uma parede de alumínio com alicerces de aço, que pode ser montada rapidamente em torno do perímetro. O Whitney realizará treinos contra inundação com seus funcionários uma ou duas vezes ao ano. O vidro ao norte do prédio será impermeabilizado. E tanto a plataforma de carga quanto a entrada oeste terão portas estanques, projetadas pela Walz & Krenzer, que fabricou portas de alta pressão para a plataforma petrolífera Big Foot, da Chevron, e uma escotilha estanque para a guarda costeira canadense.
Para pagar por isso, o museu aumentou sua chamada de capital em US$ 40 milhões, elevando o custo total do projeto para US$ 760 milhões, incluindo doações e outras fontes. Segundo Weinberg, 77% do valor já foi levantado. Cerca de metade dos fundos restantes pagará pelos mecanismos de controle de inundações. A outra metade cobrirá custos eventuais.
Espaços. Weinberg forneceu esses detalhes enquanto caminhava pelas obras, tomando o elevador da construção para o último andar, que oferece uma vista da Estátua da Liberdade. Lá, ele parecia bem mais animado em falar dos aspectos artísticos do projeto sendo construído ao seu redor.
Entre eles, está uma galeria de exposição temporária no quinto andar. Ela pode vir a ser o maior espaço de exibição sem colunas em Nova York e tem janelas do chão ao teto nas extremidades leste e oeste. “É a primeira coisa que você vê quando desce a rua. Assim, não vai haver dúvida de que é um estabelecimento de arte”, afirma Weinberg.
Quatro terraços contarão com jardins e servirão como galerias externas, duplicando o espaço total de exposição do museu para 21 mil m². Piet Oudolf, paisagista do High Line Park (que fica próximo ao Whitney), foi contratado como consultor.
O andar térreo do museu será inteiramente aberto ao público, incluindo uma galeria gratuita, um café ao ar livre (que o arquiteto Renzo Piano chama de “a piazza”) e um restaurante Danny Mayer. “As pessoas podem ter um gostinho do museu antes de pagar o ingresso. É um espaço comunitário”, argumenta Weinberg.
THE NEW YORK TIMES
Nova York. Quando Adam D. Weinberg planejou um novo lar no West Village para o Whitney Museum of American Art, ele não esperava ter que se preocupar com muros à prova d’água ou com encontrar uma companhia de engenharia hidráulica que fabrica escotilhas estanques para a Marinha norte-americana. Mas o fato é que Weinberg, diretor do Whitney, também não esperava pelo furacão Sandy.A tempestade atingiu o museu em cheio, bem quando as obras haviam começado na sua nova sede, ao lado do rio Hudson. O porão foi inundado por 10m de água, o que deixou claro que precauções climáticas se tornariam quase tão importantes quanto a estética.
Weinberg falou sobre essas alterações durante um tour que ofereceu uma prévia do edifício projetado por Renzo Piano, previsto para ficar pronto em 2015. Segundo o diretor, o novo Whitney será um templo da arte norte-americana e um modelo de proteção contra tempestades. “É a pior e a melhor coisa que já aconteceu conosco. Agora, construiremos um prédio no qual temos certeza de que as obras de arte nunca estarão em perigo”, afirmou.
Felizmente para o museu, a construção não estava muito avançada antes da tempestade de 2012, e todo o equipamento estava segurado. Além disso, o Whitney havia tomado algumas precauções porque sua localização, na esquina das ruas Washington e Gansevoort, ficava a apenas um quarteirão do rio.
Enquanto a maioria dos museus realiza suas atividades de tratamento e recuperação das obras de arte nos níveis subterrâneos, o Whitney decidiu que elas ficariam no quinto andar. “Nós sempre soubemos que era uma vulnerabilidade”, explica Weinberg.
Mesmo assim, o Sandy forçou ajustes significativos. De acordo com o diretor, a água subiu 30cm acima da planície de várzea do rio. Com isso, o museu foi atrás de consultoria nas maiores referências mundiais em termos de engenharia hidráulica, incluindo companhias de lugares abaixo do nível do mar, como Holanda e Veneza.
A escolha final acabou sendo a empresa alemã WTM, que se associou ao Franzius Institute da Hanover University, especializado em projetos antitempestade. “Eles fizeram uma análise das condições aquáticas, da possibilidade de ondas e sugeriram um plano para reforçarmos e modernizarmos o lobby e o porão, assegurando que pudéssemos resistir muito além do que o Sandy causou”, conta Weinberg.
Agora, o edifício terá um sistema de barreiras temporário – uma parede de alumínio com alicerces de aço, que pode ser montada rapidamente em torno do perímetro. O Whitney realizará treinos contra inundação com seus funcionários uma ou duas vezes ao ano. O vidro ao norte do prédio será impermeabilizado. E tanto a plataforma de carga quanto a entrada oeste terão portas estanques, projetadas pela Walz & Krenzer, que fabricou portas de alta pressão para a plataforma petrolífera Big Foot, da Chevron, e uma escotilha estanque para a guarda costeira canadense.
Para pagar por isso, o museu aumentou sua chamada de capital em US$ 40 milhões, elevando o custo total do projeto para US$ 760 milhões, incluindo doações e outras fontes. Segundo Weinberg, 77% do valor já foi levantado. Cerca de metade dos fundos restantes pagará pelos mecanismos de controle de inundações. A outra metade cobrirá custos eventuais.
Espaços. Weinberg forneceu esses detalhes enquanto caminhava pelas obras, tomando o elevador da construção para o último andar, que oferece uma vista da Estátua da Liberdade. Lá, ele parecia bem mais animado em falar dos aspectos artísticos do projeto sendo construído ao seu redor.
Entre eles, está uma galeria de exposição temporária no quinto andar. Ela pode vir a ser o maior espaço de exibição sem colunas em Nova York e tem janelas do chão ao teto nas extremidades leste e oeste. “É a primeira coisa que você vê quando desce a rua. Assim, não vai haver dúvida de que é um estabelecimento de arte”, afirma Weinberg.
Quatro terraços contarão com jardins e servirão como galerias externas, duplicando o espaço total de exposição do museu para 21 mil m². Piet Oudolf, paisagista do High Line Park (que fica próximo ao Whitney), foi contratado como consultor.
O andar térreo do museu será inteiramente aberto ao público, incluindo uma galeria gratuita, um café ao ar livre (que o arquiteto Renzo Piano chama de “a piazza”) e um restaurante Danny Mayer. “As pessoas podem ter um gostinho do museu antes de pagar o ingresso. É um espaço comunitário”, argumenta Weinberg.
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