21/10/2013

IBGE divulga dados sobre indicadores culturais

Número de trabalhadores em cultura caiu 15,6% entre 2009 e 2012

A cultura sofre mais os efeitos da crise de 2009 do que o total das atividades econômicas do País, em especial na geração do empregos, mostra pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Entre 2009 e 2012, o número de pessoas ocupadas no setor cultural caiu 15,6%, enquanto na economia em geral o número de trabalhadores subiu 2,2%. Em 2012, havia 673 mil trabalhadores em cultura a menos que três anos antes. O cenário preocupante é o oposto do que a cultura registrou entre 2007 e 2009, quando o acrescimento de pessoas ocupadas superou o desempenho nacional.


A terceira edição da pesquisa Sistema de Informações e Indicadores Culturais mostra que, em 2012, 3,65 milhões de pessoas trabalhavam no setor cultural, que vai desde atividades artísticas até telefonia. Em 2009, 4,32 milhões estavam empregados em cultura. O IBGE leva em conta empregos gerados em indústria, comércio e serviços.
A radiografia da cultura, que está na terceira edição, é feita em parceria com o Ministério da Cultura e reúne dados de vários levantamentos, como Cadastro Central de Empresas (Cempre); Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF); Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e as Pesquisas Anuais de Comércio, Indústria e Serviços (PAC, PIA e PAS).
Em 2007, 4,6% do total de trabalhadores do País atuavam no setor cultural. Em 2012, a proporção caiu para 3,9%. O estudo do IBGE diz que uma possibilidade para a redução do pessoas ocupadas no setor cultural é que os trabalhadores tenham encontrado emprego formal em outras áreas da economia. O número de trabalhadores em cultura sem carteira assinada caiu 18% entre 2009 e 2012, enquanto a queda dos trabalhadores formais foi de 4%. Os dados não permitem saber, no entanto, que setores absorveram os ex-empregados na cultura e se houve formalização desses trabalhadores.
Se for levado em conta apenas o setor formal, o número de trabalhadores em cultura é crescente, mas aumenta em ritmo mais lento que o total da economia. Havia 400 mil empresas e organizações (órgãos públicos, entidades sem fins lucrativos) do setor cultural em 2012, 9% a mais que em 2007. O número total de empresas e outras organizções formais do País cresceu 16% no mesmo período e chegou a 5,1 milhões.
Em 2007, 8,3% das empresas e outras organizações formais do País eram do setor cultural, proporção que caiu para 7,8% em 2012. Mais da metade (55,5%) é do setor de serviços; 39,7% do comércio e 4,8% da indústria.
A cultura perdeu espaço também na geração de receita. Em 2007, as empresas do setor cultural geraram 8,9% de toda a receita gerada no País. Em 2010, essa participação caiu para 8,3%.
O setor cultural é o paraíso das microempresas, mostra a pesquisa do IBGE. Oito em cada dez empresas ligadas a cultura (82,5%) têm no máximo quatro funcionários. As que empregam mais de 500 pessoas são apenas 0,1% do total de 400 mil empresas do setor cultural. No total da economia, 76% das empresas têm até quatro funcionários.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,ibge-divulga-dados-sobre-indicadores-culturais,1087153,0.htm

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