27/11/2013

Abaixo-assinado Iphan - Carreira e Concurso Já!

Para: Dilma Vana Roussef

Excelentíssima Senhora Dilma Vana Roussef
D.D. Presidenta do Brasil
Excelentíssima Senhora Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy
D.D. Ministra da Cultura
Ilustríssima Senhora Jurema de Sousa Machado
M.D. Presidenta do IPHAN

Nós, brasileiros, identificados e abaixo assinados vimos trazer ao Vosso conhecimento a seguinte e urgente reivindicação:

Implantação imediata de Plano de Carreira e realização de concurso público para compor de forma adequada e plena o quadro de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.

Com o PAC Cidades Históricas o Governo Federal reconhece e valoriza a importância do Patrimônio Cultural Brasileiro promovendo o desenvolvimento cultural, social e econômico em várias regiões. Enquanto isso, a sociedade sofre uma contrapartida nefasta:
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, depositário desde 1937, do conhecimento técnico sobre o Patrimônio Cultural Brasileiro, vive há anos uma situação de agonia, sem plano de carreira e sem a realização de concursos. Vem desse modo perdendo a cada dia, um monumental acervo humano, indispensável para a continuidade destes investimentos, bem como, de ações de fiscalização, licenciamentos ambientais e de proteção do nosso patrimônio paleontológico, arqueológico, artístico e imaterial. Esta situação resulta em prejuízos irrecuperáveis à nossa sociedade, transtornos vários, além da impossibilidade de assistência adequada às necessidades do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Nota de Apoio da Executiva Nacional de Estudantes de Museologia à paralisação das/os Servidoras/es do Ministério da Cultura

Nota de Apoio da Executiva Nacional de Estudantes de Museologia à paralisação das/os Servidoras/es do Ministério da Cultura 
http://exnemusbrasil.wordpress.com/2013/11/27/nota-de-apoio-da-executiva-nacional-de-estudantes-de-museologia-a-paralisacao-dasos-servidorases-do-ministerio-da-cultura/

Paralisação de servidores fecha Biblioteca Nacional e palácio Gustavo Capanema, no Rio

Cerca de 700 servidores do Ministério da Cultura, segundo estimativas do sindicato, paralisaram suas atividades nesta terça (26), fechando a Biblioteca Nacional e o palácio Gustavo Capanema, no Rio, em protesto por melhores condições de trabalho, mais investimento na cultura e cumprimento de acordos salariais passados.
Organizada pelo Fórum das Associações de Servidores da Cultura (www.facebook.com/culturapedesocorro), a paralisação de 24 horas não atingiu os museus federais da cidade, que continuaram com suas exposições abertas. Em frente à Biblioteca Nacional, no centro, quatro cartazes colados em frente ao portão fechado denunciavam as más condições do prédio e da carreira de trabalhador da cultura.
"Patrimônio abandonado pelo MinC! Museus e bibliotecas caindo aos pedaços", diz um dos cartazes. Outro deles questiona o investimento no setor (0,6% do orçamento federal), comparando-o com o total gasto para pagamento de juros da dívida (45%).


Marco Aurélio Canônico/Folhapress
Cartazes da paralisação dos servidores do Ministério da Cultura nesta terça-feira (26), no Rio
Cartazes da paralisação dos servidores do Ministério da Cultura nesta terça-feira (26), no Rio  

"Mais um ano chega ao fim e a situação dos trabalhadores federais da Cultura permanece inalterada. Museus e Biblioteca Nacional em péssimo estado de conservação, palácio Gustavo Capanema sem refrigeração, pontos do acordo de 2007 ainda sem cumprimento por parte governo, gratificações de desempenho superando o vencimento básico e reajustes salariais (apenas sobre as gratificações) de 5% ao ano até 2015, o que nem sequer repõe a inflação do período. A cada ano que passa somos mais desvalorizados, perdemos poder aquisitivo e vemos aprofundada a política de desmonte do serviço público", escreveram os servidores em nota oficial.
Além do cumprimento dos acordos salariais, os trabalhadores pedem novos concursos públicos para repor a evasão dos concursados, que chegou a 53% nos últimos anos --dado agravado pelo fato de que 35% dos servidores da cultura se aposentam até 2017, segundo os manifestantes.
Eles protestam ainda contra a criação da Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal), que altera o regime previdenciário dos servidores e foi regulamentada pelo governo em março passado.
A Folha tentou entrar em contato com o Ministério da Cultura desde a última sexta (22), quando a paralisação foi anunciada, mas não obteve resposta até a conclusão deste texto.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/11/1376813-paralisacao-de-servidores-fecha-biblioteca-nacional-e-palacio-gustavo-capanema-no-rio.shtml

17/11/2013

Museu cria festival de vídeos com gatos e diz que tem valor artístico; assista alguns

No rol de artistas já exibidos pelo museu Walker Art Center estão Andy Warhol (1928-1987), Mark Rothko (1903-1970) e Jasper Johns. Agora, há uma gata brava, um felino existencialista e outro louco por um aspirador de pó.
Esse centro de arte contemporânea na cidade de Minneapolis (EUA) é sede do Internet Cat Video Festival.

O evento anual reúne até 10 mil pessoas para assistir a uma sequência de 75 minutos de vídeos de gatos da web: há de flagrantes engraçados a produções requintadas, com diálogos e paródias de filmes. 

Estádio em Minneapolis cerca de 10 mil pessoas reunidas no último Cat Video Festival, evento criado por museu de arte
Estádio em Minneapolis cerca de 10 mil pessoas reunidas no último Cat Video Festival, evento criado por museu de arte

Mas vídeo de gato é arte?
"Se expomos o que é relevante à cultura popular contemporânea, por que ignorar esses vídeos?", diz o curador da mostra, Scott Stulen, 38.
"Há uma tendência em se buscar uma 'internet real' e o festival cumpre a função: reúne pessoas para compartilhar experiências que antes tinham sozinhas. O fator artístico está na plataforma criada para a experiência social compartilhada, que une o mundo da arte à cultura popular."

PERFORMANCE
Com uma equipe de dez pessoas, Stulen faz a curadoria dos vídeos e escolhe os 80 melhores. Na edição deste ano foram enviadas 10 mil "obras".
Para Bia Granja, criadora do youPIX, festival brasileiro de cultura digital, gato também pode ser arte. "O Andy Warhol fazia colagens. Por que não uma colagem de vídeos da internet?"
"A curadoria torna esses produtos uma performance artística", diz André Sturm, diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som), que não gosta de gatos. "Tem exibição, plateia relevante e reação do público? Então é arte."
Ricardo Resende, diretor do Centro Cultural São Paulo, concorda. "A arte está na ação, e não no objeto."
Solange Farkas, fundadora do festival Sesc_Videobrasil, questiona: "Não dá para fingir que o universo virtual não existe, e ele muda de fato a forma de fruir arte, mas não acho que isso seja arte, a não ser que seja feito por artistas".

FÊMEA EMBURRADA
Visto mais de 13 milhões de vezes no YouTube desde setembro de 2012, o vídeo "The Original Grumpy Cat" (a gata rabugenta original) ganhou o "gatinho de ouro" no festival por votos do público.
A fêmea emburrada estava no evento, acompanhada de seus humanos, ao lado de outras celebridades: Lil Bub, que virou documentário (leia abaixo), e Pudge, o gato bicolor.
Gatos como esses são a ponta de uma indústria que movimenta anúncios, merchandising e agentes especializados: a Grumpy Cat, por exemplo, tem o mesmo empresário que o Keyboard Cat, o bicho que toca teclado em um vídeo visto 33 milhões de vezes.
No Brasil, o atual sucesso é o site "Cansei de Ser Gato", que em quatro meses ganhou 128 mil fãs no Facebook. Diariamente, as criadoras do projeto fotografam o gato Chico com uma fantasia diferente.
As donas de Chico, Stefany Guimarães, 24, e Amanda Nori, 25, largaram o emprego na publicidade para tocar o site.
Por que gatos são tão populares? "É o jeito blasé e caricato", diz Stefany. Para Stulen, é porque eles não querem ser filmados, o "que torna tudo mais engraçado."
 
CELEBRIDADES DE QUATRO PATAS
Quem são os gatos mais famosos da internet e os destaques do Internet Cat Video Festival
'Grumpy Cat' Vencedor da última edição do evento, o vídeo da gata que faz cara de mal-humorada enquanto é acariciada foi visto 13 milhões de vezes



'The Two Talking Cats' Duas gatas ronronam uma para a outra por um minuto e se lambem em vídeo acessado 54 milhões de vezes 



'Cat Licking Vacuum Cleaner' Em um dos destaques do festival, um bichano faz cara de muito sério enquanto lambe um aspirador



'Jedi Kittens' Nessa montagem com som e efeitos especiais, dois felinos travam um duelo de sabres de luz no estilo da saga "Star Wars" 



'Nyan Cat' Três minutos de musiquinha repetitiva e visual de videogame antigo resumem o vídeo de gato mais assistido da web: 103 milhões de vezes 




http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/11/1371343-museu-cria-festival-de-videos-com-gatos-e-diz-que-tem-valor-artistico-assista-alguns.shtml

13/11/2013

Futebol sem arte

O lazer nosso de cada dia



Pesquisa publicada com exclusividade por VEJA RIO mostra que o carioca tem ido mais ao shopping do que à praia, gosta de museus tanto quanto da noite e, quem diria, não liga muito para as escolas de samba

 

Felipe O’Neill
Da esquerda para a direita, Alicia, Maria Luiza, Alberto e Isabela Blanco: os shoppings oferecem atrações que agradam a toda a família

 



 Uma série de mitos já cristalizados no inconsciente coletivo tornou-se responsável pela imagem, bem definida, de como o carioca costuma se divertir e adquirir cultura fora de casa. De acordo com o estereótipo mais disseminado, a rotina na cidade seria dominada por um trio tão associado ao Rio de Janeiro quanto o Pão de Açúcar: praia, Carnaval e a clássica saidinha para tomar chope com os amigos. É uma combinação bacana e, escorada pelo senso comum, definiria o nosso jeito bastante peculiar de dar bom uso ao tempo livre. Só que não é bem por aí. Pesquisa encomendada pela Secretaria Municipal de Cultura, produzida pela JLeiva Cultura e Esporte, aplicada pelo Datafolha e publicada com exclusividade por VEJA RIO, mostra que não somos exatamente aquilo que parecemos ser.

Somados os resultados das entrevistas, confrontadas as planilhas, eis a primeira constatação: adoramos ir ao shopping. Sim, circular entre vitrines e escadas rolantes atrás de diversão está mais em voga até do que ocupar uma barraca na areia ou dar um mergulho. Outro resultado desse levantamento também pode chocar mesmo aqueles que são pós-graduados em carioquice: visitamos mais museus do que saímos para dançar. E tem mais. Sabe as escolas de samba, uma das marcas daqui? Pois é, não ligamos tanto para elas nem para os templos onde se celebra essa festa pagã, como as quadras da Mangueira e da Portela.

O estudo realizado em agosto ouviu 1 500 moradores de praticamente todos os bairros do Rio, gente de idade bem variada, com diversos níveis de escolaridade e condição social. O objetivo era destrinchar o perfil cultural da cidade para orientar políticas públicas para o setor. "A pesquisa demonstrou que, por mais que haja um clichê para definir o carioca, ele é muito plural, heterogêneo", avalia o secretário da pasta, Sérgio Sá Leitão.

Com quase 80 quilômetros de litoral, a cidade se fez conhecida pelos prazeres da vida à beira-mar. Mas, especialmente a partir dos anos 80, os shopping centers concorrem com as praias no que diz respeito a diversões gratuitas — isso, claro, se a pessoa segurar o bolso diante de tanta oferta de produtos e serviços e não se importar em pagar cada vez mais caro pelo estacionamento. Entre os cariocas entrevistados, 77% disseram que costumam passar horas e horas zanzando por ali, pouco mais que os 74% (o método da pesquisa era não excludente) que afirmaram se esbaldar nas praias. Há quem não se espante com esses números, destacando, inclusive, a complementaridade dos programas. "É nos shoppings que acontece uma espécie de prosseguimento da diversão do carioca, seja depois de uma pedalada pela Lagoa, seja após o banho de sol na areia", analisa Sandro Fernandes, superintendente do Shopping Leblon — estabelecimento, aliás, que fica a pouco mais de 300 metros da praia homônima. 

 

Felipe O’Neill
Carolina Miethke e Thales Ferro: a qualidade de som e de imagem justifica a ida de Copacabana até os multiplex da Barra

Além das lojas em si, os centros de compras tornaram-se atraentes por reunir, em um mesmo lugar, conveniências como ambiente climatizado, gastronomia, lazer e segurança. Os mais bem estruturados juntam salas de cinema multiplex, livrarias, filiais de bons restaurantes da cidade e até teatro. Quem frequenta adora. O empresário Alberto Blanco acha os shoppings um passeio seguro e já deixa a filha mais velha, Alicia, de 14 anos, circular por eles sozinha. "É o que mais gosto de fazer com minhas amigas de colégio", confirma a adolescente. 

 

Felipe O'Neil
As amigas Márcia Barcellos e Graziella Freire: os shows são oportunidade para ver os ídolos internacionais de perto

A opção pelo shopping como extensão de lazer está diretamente ligada à atividade cultural que mais atrai os cariocas. Quase 70% dos entrevistados não titubearam em apontar a ida ao cinema como a principal forma de diversão. E, entre os ouvidos na pesquisa, 54% disseram que têm muito interesse no assunto, enquanto apenas 18% declararam o contrário, o índice mais baixo em todo o levantamento. Mesmo disputando espaço com canais de filmes na TV por assinatura e com sites na internet, a sala escura conquista o público pelo tipo de programa. Afinal, socializar com amigos e comer aquele sacão de pipoca é parte intrínseca ao ritual. A diversão fica ainda melhor com recursos como imagem e som de altíssima qualidade. "A experiência proporcionada pela tela grande é envolvente. E a qualidade da exibição justifica a vinda até aqui", diz a geóloga Carolina Mieth­ke, 32 anos, moradora de Copacabana, que costuma percorrer mais de 20 quilômetros para ver filmes com o namorado, Thales Ferro, na sala Imax do New York City Center, na Barra.


 

Em uma cidade de forte cultura de artes cênicas, onde fervilham montagens de primeiríssima linha, o teatro parece não exercer o mesmo fascínio das telonas — nem das grandes apresentações de astros da música brasileira e internacional, que ficam à frente em termos de preferência dos cariocas. Apenas 37% dos entrevistados se revelaram frequentadores assíduos ou mesmo eventuais de peças e musicais. Entre os fatores apontados como entraves estão desde a distância para chegar aos principais palcos (16% citaram esse problema) até os altos preços dos ingressos (algo que espanta 22% das pessoas). Os cariocas também reclamam — e este é um dado curioso — do próprio assunto das encenações. Mais da metade dos participantes da pesquisa (52%, exatamente) indicou que não vai ao teatro porque não vê interesse no enredo da história. Fazer rir pode ser uma solução paliativa. "Se você quiser ser um sucesso no Rio, a fórmula é montar uma comédia", decreta Eduardo Barata, presidente da Associação de Produtores de Teatro do Rio. Musicais também estão na moda — ainda que bem atrás das comédias, embora já aparecendo encostados no gênero drama. O dentista Carlos Henrique Guimarães, de 28 anos, morador de Vila Isabel, foi recentemente até Copacabana para assistir ao musical Cazuza: pro Dia Nascer Feliz. "Embora eu goste muito de teatro, não vou tanto quanto desejaria porque é um programa caro e as boas peças são encenadas muito longe de casa", justifica.  


Surpresa positiva que emerge dos números diz respeito aos museus e às artes plásticas de maneira específica. O programa "visitar exposições" conta com a preferência de 33% dos entrevistados, superando por poucos décimos aquela tradicional saída noturna. De fato, as grandes exposições na cidade não só exibem obras relevantes, como também são montadas de forma didática, o que estimula a interatividade dos visitantes com o que é exposto. Ao mesmo tempo, o compartilhamento pelas redes sociais, na internet, serve como chamariz para atrair um público mais jovem. "Quando uma grande exposição vem para cá, insistimos para que seja acompanhada de interatividade. Já percebemos que, quando permitimos fotos, por exemplo, a frequência aumenta", observa Marcelo Mendonça, diretor do Centro Cultural Banco do Brasil. A tese é corroborada pelos cada vez mais animados ratos de exposição, caso da terapeuta Luciana Mota, de 37 anos, moradora do Leme, que valoriza as programações gratuitas e costuma compartilhar suas visitas no Instagram e no Facebook. "As fotos da Kusama estavam em toda parte, eu não podia deixar de vir", afirmava ela no hall do CCBB, referindo-­se a obras da artista japonesa Yayoi Kusama expostas atualmente na instituição.

No outro lado dessa moeda, ou na ponta oposta da pesquisa, saltam aos olhos atrações e eventos em baixa no gosto local. Quem diria que o Carnaval e o samba, marcas registradas da cidade, seriam gongados pelos cariocas? Mais da metade dos entrevistados afirmou não ter nenhum interesse em assistir aos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Pior: a mesma quantidade de gente não se mostra disposta a participar dos blocos de rua — manifestação popular, gratuita, que ganhou novas cores e formas nos últimos anos. É notório que boa parte dos moradores do Rio foge da cidade durante o feriado. Da mesma forma, levante o dedo quem nunca se pegou dizendo que o desfile do Grupo Especial é programa de paulista e de gringo ou que, como as corridas de Fórmula 1, para quem não é aficionado, claro, quem vê um vê todos. Mas Felipe Ferreira, coordenador do Centro de Referência do Carnaval da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), vai além. Ele aponta, por exemplo, que o crescimento das igrejas evangélicas pode estar diretamente ligado ao sumiço de foliões. "Eles tendem a considerar o Carnaval pecaminoso", diz. E completa o pensamento, no que diz respeito aos blocos: "Os foliões ocupam dezenas de ruas, e isso cria uma reação negativa em quem mora ali. Fica a sensação de ‘lá vem essa turma bagunçar meu pedaço’ ".

Fotos Felipe O’Neill
A terapeuta Luciana Mota no CCBB: visita às exposições de arte e fotos compartilhadas nas redes sociais

 Dentro da categoria de mitos que se esfacelam, chama atenção o fato de outra instituição, o "chopinho no bar com amigos", não ficar nem mesmo entre as cinco principais atividades de lazer e diversão. O porcentual dos que dizem ter muito interesse nessa prática (40%) quase empata com os que responderam exatamente o contrário (39%). Para os especialistas no assunto, tais índices refletem mudanças de hábitos que ocorreram nos últimos anos. "A Lei Seca, por exemplo, apesar de ser muito positiva, limitou a mobilidade do carioca. Como a maioria das opções está concentrada no eixo Zona Sul-­Lapa, os moradores de áreas menos badaladas têm preferido ficar em casa. Isso sem dizer que sair à noite é um programa bem caro", aponta Leo Feijó, diretor do Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes do Rio (Sind-Rio). Para quem acreditava que os gostos e costumes dos cariocas eram intocáveis, a pesquisa comprova um fato indiscutível: nossa cidade é muito mais diversa e complexa do que se imagina.

 

http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/pesquisa-habitos-lazer-cariocas-rj-759787.shtml

 



07/11/2013

Estatuto dos Museus é regulamentado e Ibram passa a ser órgão fiscalizador

No mês de outubro, a lei que denomina o Estatuto dos Museus foi regulamentada. O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) passa a ser o responsável pela fiscalização. Com a regulamentação, a ideia é que os mais de três mil museus brasileiros passam a ter um melhor funcionamento, sejam os federais ou particulares. O decreto viabiliza a organização e a profissionalização dos museus em todo país, além da preservação do patrimônio cultural musealizado. A partir disto, o setor tem que seguir uma série de ações e procedimentos. O presidente do Ibram, Ângelo Oswaldo, fala mais sobre o assunto no NBR ENTREVISTA.


Museus apostam na nudez para atrair público

Nas últimas semanas, o programa cultural mais popular da capital francesa tem sido uma exposição no Museu d'Orsay que confronta os espectadores com imagens de um homem nu sobre uma laje fria em um necrotério e do rapper Eminem nu segurando um fogo de artifício diante do sexo.
As multidões estão vindo, mais de 4.500 pessoas por dia em média, o triplo de uma exposição na mesma época no ano passado, segundo números do museu.
A exposição --que inclui obras de Picasso e Edvard Munch, assim como nus mais contemporâneos de David Hockney, Andy Warhol e Robert Mapplethorpe--, provocou um amplo leque de reações dentro e fora da França.
"Uma exposição confusa", avaliou o jornal francês "Le Monde", "despida de qualquer reflexão histórica". A revista de beleza feminina "Marie Claire" a declarou o "evento mais quente" do outono.

Pintura do russo Alexendre Alexandrovitch Deineka na exposição 'Masculin/Masculin', no Museu D'Orsay, em Paris
Pintura do russo Alexendre Alexandrovitch Deineka na exposição 'Masculin/Masculin', no Museu D'Orsay, em Paris  


Badalação é o que várias grandes instituições europeias buscam neste outono, esperando que um foco sobre sexo estimule visitantes e amplie sua atração.
O Museu Jacquemart-André também está provocando os viajantes de trem em Paris com cartazes de um nu feminino nebuloso, rotulado "desejo". Ele apresenta uma exposição de pinturas inglesas intitulada "Desejo e Prazer na Era Vitoriana".
Do outro lado do canal, o Museu Britânico organizou uma exposição inédita de shunga japonesas do século 17, antes proibidas: xilografias eróticas de homens e mulheres copulando.
A exposição, "Shunga: Sexo e Prazer na Arte Japonesa", adverte os visitantes: "Aconselha-se orientação paterna".
Durante anos, os objetos ficaram escondidos em um armário secreto de artigos provocantes, mas hoje o Museu Britânico os considera tão rentáveis que criou uma linha de mercadorias "shunga": creme para as mãos Kabuki, velas de soja e brilho para lábios de chá verde. As exposições tiveram ingressos esgotados no primeiro fim de semana de outubro.
O Museu d'Orsay, como outras instituições culturais com subsídios estatais cada vez menores, quis expandir sua base para pessoas mais jovens e visitantes além de Paris com exposições mais arriscadas. Além dos cartazes no metrô, o museu contratou um diretor para criar videoclipes.
A direção do museu ficou surpresa quando soube que seu vídeo promocional da exposição havia virado tabu para alguns espectadores a milhares de quilômetros de distância. O YouTube colocou nele o equivalente a uma proibição para 18 anos, e os espectadores menores que tentaram vê-lo por meio de suas contas no Google não tiveram acesso.
Gareth Evans, porta-voz do YouTube, escreveu em um e-mail: "Temos de realizar um equilíbrio delicado com os espectadores mais jovens para que eles não consigam acessar vídeos que poderiam ser inadequados".
Mais tarde, o YouTube abrandou sua posição e tornou o vídeo, que atraiu mais de 110 mil visitas, acessível a todos. (Ele inclui uma mensagem sobre imagens potencialmente ofensivas.)
Quanto à exposição em si, "nosso objetivo não é provocar, ser militante ou gerar um escândalo", disse Amélie Hardivillier, porta-voz do Museu d'Orsay. "Temos de procurar pessoas de maneiras diferentes e começamos com 'Masculin/Masculin'. É uma exposição arriscada."

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/11/1366163-museus-apostam-na-nudez-para-atrair-publico.shtml