21/12/2014

18 de Dezembro Dia do Museólogo

e-book COREM 2R 30 anos da regulamentação da profissão

Saiu o nosso e-book comemorando os 30 anos da regulamentação da profissão de museólogo! 30 depoimentos, vejam no site ou no celular:
 

Prefeitura derruba monumento a Costa e Silva no interior do RS


Dia do Museólogo

Artes Depressão

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(A guitarrista - Jean-François de Troy)


Museu vai expor obras apreendidas na Operação Lava Jato

Acervo inclui raridades de Di Cavalcanti, Iberê Camargo e Mario Gruber. Quadros foram supostamente adquiridos para lavar dinheiro de origem ilícita

Durante a Operação Lava Jato, que investiga denúncias de desvios e fraudes em contratos da Petrobras, a polícia apreendeu diversas obras de artistas renomados na casa e no escritório da doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama. Ela foi presa, e os quadros, supostamente adquiridos para lavar dinheiro de origem ilícita, serão expostos em 2015 no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. As informações são da RPC TV Curitiba, afiliada da Rede Globo. 
De acordo com a emissora, o acervo apreendido com a doleira, atualmente presa, conta com telas de Aldemir Martins, Cícero Dias, Claudio Tozzi, David Cymrot, Di Cavalcanti, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Iberê Camargo, Mario Gruber, Orlando Teruz e Tony Koegl. Havia ainda uma pintura de Pierre Auguste Renoir, mas, após avaliação, peritos descobriram que ela era falsa. 
O museu ficará responsável pelas obras até que a Justiça determine um destino definitivo para elas. 

Exposição inédita leva originais de Rembrandt ao Rio de Janeiro

Centro Cultural Correios recebe a mostra Rembrandt e a Figura Bíblica

O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro apresenta a exposição Rembrandt e a Figura Bíblica, a partir desta quarta-feira (17), até fevereiro de 2015. A mostra tem curadoria de Fernando Spaziani e traz ao público uma seleção de 78 obras do artista Rembrandt Van Rijn, divididas em dois módulos. 

A primeira parte é dedicada à cronologia da vida e obra do artista, ilustrada com gravuras em diversos temas. A segunda é voltada aos temas bíblicos e religiosos, que compõem a parte mais numerosa dentre os temas do artista. A exposição inédita tem entrada gratuita e patrocínio Correios e Governo Federal.

A exposição apresenta ao público carioca 78 obras, produzidas em água-forte, buril e ponta-seca, do pintor e gravador holandês Rembrandt Van Rijn. Delas, 52 são de temas bíblicos/religiosos sobre o Velho e o Novo Testamento, três são de paisagens, 11 são retratos (quatro delas autorretratos), três nus, três cenas alegóricas e seis gravuras de temas diversos.
'Rembrandt e a Figura Bíblica' apresenta ao público carioca 78 obras, produzidas em água-forte, buril e ponta-seca, do pintor e gravador holandês Rembrandt Van Rijn
'Rembrandt e a Figura Bíblica' apresenta ao público carioca 78 obras, produzidas em água-forte, buril e ponta-seca, do pintor e gravador holandês Rembrandt Van Rijn
O público poderá conhecer um momento histórico específico, que influenciou o artista e faz parte do contexto que permite a percepção do que fez de Rembrandt um dos maiores nomes do mundo da Arte -- a Holanda, recém-libertada da Espanha e convertida ao protestantismo, passava por um momento de grande crescimento econômico. Na mostra, também será possível conhecer um pouco mais sobre a técnica da gravura realizada pelo artista.

"Trazer ao Brasil um acervo desta importância representa a possibilidade de mostrar à nossa população um trabalho excepcional e que atravessou o tempo, sendo absolutamente relevante para a contemporaneidade. Desta forma, esta exposição pretende não somente receber um público geral e interessado em artes visuais, mas também estudantes de arte que desejam entender o processo de criação de um grande mestre, de forma a aprimorar seus trabalhos pessoais", explica o curador Fernando Spaziani. 

De acordo com Spaziani, a iniciativa foi possível graças à parceria com o Museu Zorn, que fica em Mora, na Suécia. O artista Anders Zorn (1860-1920) foi um colecionador de gravuras de Rembrandt. 

Rembrandt Van Rijn nasceu em 1606 em Leiden, na Holanda. Com 14 anos entrou para a Universidade em sua cidade natal, mas, pouco depois, abandonou o ensino formal para ser aprendiz de um pintor da cidade. 

Aos 20 anos, foi aprendiz do pintor histórico Pieter Lastman, em Amsterdã, e, aos 25, hospedou-se na casa do marchand Hendrick van Uylenburgh quando pintou A Aula de Anatomia do Doutor Tulp

Ele criou entre os anos de 1625 e 1926 as suas duas primeiras águas-fortes. Em 1628 o artista fez dois retratos de sua mãe também nesta técnica. A partir de uma parceria com o gravurista Jan van Vliet em 1631, Rembrandt começou uma profícua produção de gravuras. Datam dessa época suas famosas gravuras de cenas bíblicas e religiosas.

A partir de 1655, Rembrandt diminuiu consideravelmente a produção de gravuras, acumulando 290 obras em sua vida. Sua última fase próspera foi em 1658, quando criou nus e o retrato de Lieven Coppenol, o maior retrato em gravura feito pelo artista. Em 1665, fez sua última água-forte. Rembrandt faleceu em Amsterdã em outubro de 1669.

Serviço:
Exposição “Rembrandt e a figura bíblica”
Abertura para convidados: 17 de dezembro
Lançamento do catálogo: 07 de fevereiro
Visitação: 18 de dezembro de 2014 a 22 de fevereiro de 2015.
Horário: de terça a domingo, das 12h às 19h.
Local: Centro Cultural Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro.
Informações: (21) 2253-1580
Classificação etária: Livre para todos os públicos.
Entrada Franca
Acesso para pessoas com deficiência

http://m.jb.com.br/cultura/noticias/2014/12/14/exposicao-inedita-leva-originais-de-rembrandt-ao-rio-de-janeiro/

19/12/2014

Bundalelê no Museu

Moça, você é machista

Museu da Maré é reconhecido com atração turística do estado

RIO - Os visitantes e os beneficiários das atividades oferecidas pelo Museu da Maré têm motivos para ficar mais tranquilos. O prazo do comodato da ONG que administra o espaço com a proprietária do imóvel, a Cia. Libra de Navegação, que terminou nesta quarta-feira, foi prorrogado por 90 dias. Além disso, o museu, inaugurado em 2006, foi reconhecido, nesta quarta, como atração turística prioritária do estado do Rio. O título, concedido por aclamação em reunião do Conselho Estadual de Turismo, oficializa a entrada do museu na roteiro turístico do estado.

— O reconhecimento do Museu da Maré como atração turística prioritária do estado o deixa com status equivalente ao Pão de Açucar, ao Corcovado e a outros ícones do turismo. A principal consequência é que ele vai passar a receber investimentos do estado em divulgação, promoção e apoio, por exemplo — salientou o secretário estadual de Turismo, Claudio Magnavita.
A Cia. Libra de Navegação havia solicitado a retomada do terreno para esta terça-feira. Mas, por intermédio de negociações com o governo, a empresa decidiu prorrogar o contrato. O Museu da Maré realiza ações voltadas para o registro, preservação e divulgação da história das comunidades da região, além de oferecer atualmente oficinas para 300 crianças e adolescentes.

— Fizemos ação concretas para evitar o fim do museu. No dia 25 de novembro, o Diário Oficial publicou uma resolução criando um grupo de trabalho para cuidar do problema. O grupo tinha 15 dias para apresentar uma solução. Conversamos com o proprietário da empresa e recebemos hoje (terça-feira) uma carta dele com a prorrogação. Agora, vamos estudar alternativas jurídicas disponíveis para manter essa atração turística. Temos até o dia 10 de março de 2015 para a escolha de uma solução definitiva — afirmou o secretário de Turismo.
No próximo dia 12, o Museu da Maré receberá uma premiação do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), na categoria Personalidades do Ano, na 52ª edição da Premiação Anual da entidade. E no dia 20 será lançado no próprio museu, que fica na Rua Guilherme Maciel 26 (na altura da Passarela 26 da Avenida Brasil), um folheto turístico sobre a instituição. Patrocinado pela Secretaria estadual de Turismo, o folheto será divulgado durante um evento de confraternização reunindo representantes do setor, como a Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav), a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e a Associação de Jornalistas de Turismo. Haverá distribuição de presentes de Natal para crianças e sorteios de brindes.
Segundo Magnavita, um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que a maior curiosidade dos turistas que visitam comunidades é sobre a história das favelas.

— No ano passado, o Museu da Maré foi o mais visitado durante o Congresso Mundial de Museu. Todos os empresários do setor ficaram muito interessados em saber como foi implantar um trabalho tão rico numa região tão carente — observou o secretário.
Existe o projeto de instalar, já no primeiro trimestre do ano que vem, totens com informações sobre a história da comunidade. Para o coordenador do museu, Antônio Carlos Vieira, a medida adotada pelo governo foi um ganho para a comunidade e para o resgate da história da Maré.

— Acho que foi uma medida que nos dá mais possibilidade de abrir diálogo sobre a questão. Estávamos com um prazo muito apertado e precisaríamos fechar o museu. Não conseguimos lugar para ir. Na Maré, não há espaço compatível com o que a instituição necessita. Foi lá que começou o núcleo de ocupação da Maré. O museu vem recuperar uma história, resgatar a memória dos moradores. Ao invés de vergonha, os moradores passam a ter orgulho do lugar onde vivem quando saber a história daqui. Gera um sentimento de pertencimento a todos e isso, para a garotada, especialmente, é muito bom, pois enobrece — disse Vieira.

http://extra.globo.com/noticias/rio/museu-da-mare-reconhecido-com-atracao-turistica-do-estado-14799173.html

As limitações de Jeff Koons

Sarcófago de 2500 anos é aberto em museu dos Estados Unidos


"Meu Deus do céu, eu estava realmente nervoso. Ainda bem que deu tudo certo", afirmou JP Brown, cientista responsável por comandar o processo. Qualquer erro que ele viesse a cometer poderia acabar com sua carreira. "Há sempre um risco quando se trata desse tipo de material", finalizou.

Dentro do sarcófago, a surpresa. É possível, por exemplo, ver perfeitamente o pé do adolescente mumificado. Outros detalhes, porém, foram destruídos pelo tempo e levaram à abertura do caixão. Agora, com ele aberto, especialistas deverão trabalhar para que partes cruciais sejam restauradas.

Pé da múmia está bastante conservado (AP)Pé da múmia está bastante conservado (AP)











Assim que a restauração for terminada, o menino-múmia passará a fazer parte do Chicago Field Museum, onde trabalha Brown. "É algo fascinante a conservação em questão, apesar da fragilidade. O objetivo é colocar ela [múmia] em uma exposição móvel, vamos ver", disse o especialista.

Classe AAA conta com novo profissional no mercado: pendurador de quadros

Também chamados de ‘distribuidores de artes’, eles ganham até R$ 400 por hora e são experts na arte de apontar os melhores pontos das casas para fixar telas e afins

Olhar apurado. O espanhol Jaime Vilaseca, em seu ateliê, em Botafogo - Ana Branco / Ana Branco

RIO - Dá para contar apenas nos dedos de uma das mãos o número de profissionais que exercem, no Rio, uma função pouquíssimo conhecida pela maioria das pessoas. Afinal, o que seria um “distribuidor de artes” ou um “pendurador profissional de quadros”, como se autointitulam? Há ainda quem os chame de “personal pendurador de quadros”... Pois esse time minúsculo acumula numerosa lista de clientes, que vão da abastada classe AAA à classe média, quando têm em comum um problema doméstico: quais os melhores pontos da casa para pendurar ou agrupar telas, objetos de arte, gravuras ou fotos?

É quando entram em ação os “penduradores de quadros” com sua sensibilidade, além de furadeira e pregos nas mãos e ideias criativas na cabeça. Esses especialistas, que cobram de R$ 200 a R$ 400 a hora, têm perfil parecido: são discretos, preferem a propaganda boca a boca e raramente citam nomes dos clientes. No Rio, três são os mais requisitados.

Com quatro décadas de experiência como emoldurador de telas, o espanhol Jaime Vilaseca se emociona ao relembrar quando teve nas mãos telas de Picasso, Dalí, Goya e Velásquez, com a missão de acomodá-las em imóveis de clientes cariocas:


— Não se trata apenas de escolher paredes. Estudo o ambiente em relação à umidade, temperatura, incidência da luz solar e até da maresia, pois a maioria das telas valiosas está em apartamentos à beira-mar. É um trabalho de medicina da arte.


Expert. Laura Guillen e as telas de sua casa: tamanhos e estilos distintos em harmonia - Gustavo Miranda

Vilaseca diz que é possível misturar estilos, desde que os quadros “conversem” entre si:

— Muitas vezes, o cliente está com o olhar tão acostumado ao ambiente que não consegue distribuir as peças. Eu chego com um olhar novo e sensibilidade.
A discrição que envolve o trabalho é tanta que o principal profissional do Rio prefere não dar entrevistas.

— Meus clientes são discretos. Também sou — disse, gentil, pedindo para que seu nome não fosse publicado.
O advogado e colecionador Gustavo Buffara contratou Laura Guillen, há 30 anos no ramo, para ajudá-lo:
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— Saí de um imóvel grande para outro menor em Ipanema, com 40 telas para instalar. Laura organizou tudo em cinco horas.
Laura gosta de “conversar” com os quadros:

— Eles me dizem onde querem ficar.

MG passa a exigir Estudo de Impacto Cultural para obras que possam ameaçar o patrimônio

Estado é o primeiro a exigir estudo não só em cidades históricas, mas em qualquer município


Rodrigo Clemente/EM/D.A Press 24/5/12

Medida vital para preservar o patrimônio, garantir a integridade dos municípios e a tranquilidade dos empreendedores. O Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) aprovou, por unanimidade, deliberação que institui análise de impacto de obras, projetos e iniciativas públicas e privadas de grande expressão no estado, a exemplo de mineração, construção de estradas, conjuntos habitacionais ou estabelecimentos comerciais. Dessa forma, ao dar entrada nos processos, os interessados terão que obter o licenciamento do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), assim como existe a exigência de licença ambiental, explica o presidente do Iepha, Fernando Cabral. “Minas se torna o primeiro estado brasileiro a exigir o Estudo de Impacto Cultural, por meio de deliberação normativa”, acrescenta o dirigente, em uma comparação com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

A exigência não se refere apenas aos centros e núcleos históricos, onde se encontram monumentos, igrejas e outros bens culturais tombados pela União, estado ou município. “A medida vale para todos os municípios e áreas urbana e rural. Muitas vezes, uma mineradora se instala e passa a operar com mais de 3 mil homens em uma comunidade de 1,5 mil pessoas, causando impactos e gerando problemas. Em um local, podem estar grutas e bens patrimoniais que necessitam de proteção. O mesmo deve se dizer sobre a construção de uma rodovia, ao longo da qual podem ser encontrados sítios arqueológicos. A iniciativa reúne prevenção, conceitos de sustentabilidade, função social, gestão responsável e respeito às referências culturais”, explica o presidente do Iepha.

Cabral esclarece que o Iepha se manifestava sobre o andamento do processo, “mas no fim, quando já estava tudo decidido”. A nova exigência começa a valer a partir da publicação no Minas Gerais, diário oficial do estado. O instituto poderá, ainda, propor medidas mitigadoras e compensatórias, além de programas de acompanhamento das obras. “A deliberação não é um pé de página, mas parte primordial. Agora teremos critérios, e a lei é igual para todo mundo”, resume Cabral.

Cristina Horta/EM/D.A PRESS
EMBARGO
 Um dos exemplos de conflito entre novos empreendimentos e a riqueza patrimonial do estado ocorreu em 2012, quando um trecho da rodovia MG-383, entre a BR-040 e São Brás do Suaçuí, na Região Central, foi embargado por autoridades do patrimônio. No distrito de Alto Maranhão, a seis quilômetros do Centro de Congonhas, foram encontradas estruturas subterrâneas que poderiam ser minas de ouro do século 19. O achado demandou vistoria do Iphan e investigação do Ministério Público de Minas Gerais, via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico. O promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda considera a falta do licenciamento uma questão grave, já que a construtora acabou continuando suas atividades em uma região de importância em sítos arqueológicos.

Minas tem um dos maiores conjuntos de patrimônio cultural do país, com destaque para as construções coloniais. Muitos empreendedores já seguem à risca as leis existentes para conservar os imóveis dos séculos 18, 19 e início do 20 e evitar atropelos. No início da década passada, um casarão da Rua Dom Viçoso, no Centro Histórico de Mariana, na Região Central, se resumia a ruínas escondidas por um tapume. A situação começou a mudar em 2001, quando as sócias Marly Teresinha Alves e Otília Maria dos Santos adquiriram o imóvel do século 18 para montar o restaurante Lua Cheia. A primeira providência, conta Marly, foi procurar os órgãos oficiais do patrimônio e receber orientações, a fim de fazer tudo como manda o figurino. “É melhor seguir todas as recomendações, para não haver embargos durante a execução do projeto”, conta Marly.

Para começar, as sócias foram ao escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – já que o casarão está dentro da área tombada pela União –, à Prefeitura de Mariana e ao extinto Programa Monumenta. Na tarde de ontem, diante da bela construção pintada de branco, com janelas e portas em tom ocre e molduras em vermelho, Marly lembrou que é fundamental seguir a lei para garantir a preservação da memória. “Sem a história e sem os monumentos, uma cidade perde o seu valor. É preciso conservar”, afirma a proprietária do Lua Cheia, avaliando que a deliberação do Conep, aprovada na reunião de quarta-feira por 13 conselheiros, é essencial para garantir a integridade dos conjuntos arquitetônicos das cidades mineiras.

GANHOS Conforme os técnicos do Iepha, a normatização trará ganhos a todo o estado e consiste em um dos mais importantes instrumentos de ação preventiva em defesa do patrimônio. Na prática, os projetos, obras e empreendimentos (privados ou públicos) que quiserem se instalar em território mineiro deverão abordar a questão na fase inicial de estudos, encaminhando documentação específica ao Iepha, que fará, então, as análises, proposições e adequações necessárias tentando equacionar interesses econômicos e sociais com a preservação das referências culturais do estado.

Os critérios de avaliação de impacto de empreendimentos sobre o patrimônio cultural foram abordados em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) de 1986, como parte dos trabalhos que envolvem o licenciamento ambiental. “No entanto, Minas é pioneira a deliberar sobre as especificidades da preservação do patrimônio cultural como parte do processo de licenciamento”, diz Cabral.

A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - Seção Minas Gerais, Rose Guedes, ressalta que, antes, em algumas cidades, os empreendimentos eram instalados sem seguir qualquer regra. Porém, ela adverte que, com a exigência do Estudo de Impactos Culturais, a liberação de uma obra pode demorar mais. “O tempo vai depender da escala da obra e da gravidade de intervenção. Se for mais impactante, vai requerer estudo maior e mais tempo”, afirma.

O QUE MUDA PARA EMPREENDEDORES

Segundo o Iepha, com a deliberação normativa aprovada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural, fica claro para o empreendedor quais os critérios e em qual fase do licenciamento deverão ser apresentados os estudos referentes ao patrimônio cultural, trazendo segurança jurídica ao setor produtivo. “Muitas vezes, as informações sobre o patrimônio só eram solicitadas pelo órgão ambiental na fase final do licenciamento, pondo em risco a proteção de bens culturais. Com a nova norma, as regras ficam claras, beneficiando o empreendedor, que saberá exatamente como e quando proceder em relação ao processo de licenciamento”, afirma o gerente de Identificação do instituto, Raphael João Hallack Fabrino.

Para Fernando Cabral, presidente do instituto, com essa deliberação, o patrimônio cultural de Minas terá mais chances de ser preservado. “Esta é uma grande vitória para o Iepha, instituição que há 43 anos trabalha pela preservação do patrimônio cultural mineiro. Não podemos deixar que tradições históricas e culturais sejam colocadas em segundo plano”, disse Cabral, salientado ainda o esforço do trabalho em conjunto entre representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) na produção do texto que trata da deliberação.

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(Homem e mulher camponeses - Eugenio Zampighi)

Herdeiros de Lygia Clark exigem fim de mostra no Rio


Galeria em Londres expõe pessoas tatuadas como obras de arte

Se no passado os museus eram compostos por quadros com molduras douradas e imagens estáticas, atualmente essas fronteiras já podem ser ultrapassadas. Em uma exposição inovadora, chamada The Human Gallery (A Galeria Humana), em Londres, foram apresentadas pessoas tatuadas no lugar de telas pintadas ou esculturas.
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O principal objetivo da mostra era comemorar o início da Convenção Internacional de Tattoos. Os curadores, e também tatuadores, Cally-Jo e Lal Hardy, percorreram diversos locais à procura dos melhores trabalhos artísticos na pele. Os participantes escolhidos se reuniram no final de setembro para formar uma galeria humana nada convencional, e a primeira do mundo dedicada às tattoos.
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Na exposição, muitos dos modelos usados são tatuadores e procuraram mostrar como o corpo é a tela de arte mais íntima, aberta e livre que pode existir. Ultrapassando os limites entre imaginação e arte, a ideia une as pinturas tradicionais a um toque de humor.
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A mostra ocorreu na galeria Riflemaker e reuniu tatuagens de todos os estilos, como as minimalistas, desenhos inspirados no cubismo e até mesmo aqueles mais tradicionais. Durante quatro horas, os visitantes puderam ver os trabalhos e se impressionar com esse novo tipo de arte.
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Primeiro museu feminista do mundo será inaugurado na Suécia

MUSEU FEMINISTA

Para sacramentar a importância e o crescimento das mulheres em sociedade, neste sábado (22), será inaugurado, em Estocolmo, na Suécia, o museu da História da Mulher, considerado e apresentado como o primeiro museu feminista do mundo. As informações são da agência de notícias AFP.
Maria Perstedt, diretora do local, contou à agência que este é "o único museu do mundo dedicado ao lugar ocupado pela mulher na história, no presente e no futuro", e que é esta orientação que o diferencia dos demais museus dedicados às mulheres e sua história ao redor do globo. Ela explica mais:
"Nós queremos explorar diversas perspectivas: em larga escala, tratando as relações entre os sexos e o poder; e numa escala individual, dando protagonismo aos objetos e às narrativas."
Sonho realizado!
Segundo a agência, o museu sonha em trazer 'para fora' as vozes das mulheres e "descrever e provocar ideias, normas e estruturas que limitam, hoje, as escolhas e as possibilidades de mulheres e homens". Perstedt afirma que a ausência da perspectiva feminista em outros museus da Suécia impossibilitou que o público refletisse sobre tais questões.
A iniciativa pretende envolver pesquisadores e criar "um museu vivo", um local de encontros e de debates. Totalmente financiado pela prefeitura de Estocolmo, o local não tem coleção permanente e irá oferecer duas exposições paralelas permanentes. A entrada é gratuita e a diretora não informou estimativas sobre o número de visitantes.
A Suécia é feminista
Na Suécia, o feminismo faz parte do cotidiano. Segundo uma pesquisa encomendada pela rádio estatal SR em agosto de 2014, cerca da metade dos eleitores do país se apresentam como feministas. O partido Iniciativa Feminista, contudo, não conseguiu integrar o parlamento - após obter menos de 4% dos eleitores, limite para eleger um representante.
"Os outros partidos dizem ser feministas para atrair eleitores", garante Maud Eduards, professora de ciência política da Universidade de Estocolmo. O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, ganhou a opinião pública após ter afirmado, em 2012, ser feminista: "sou feminista e ponto final".