31/01/2012

Documentário resgata gravações e imagens perdidas de Hélio Oiticica

"Março de 1974. Augusto de Campos, aqui fala Hélio Oiticica, em Nova York, 1h45 da madrugada. Estou fazendo um 'tape', esse 'tape' eu queria dedicar a você, porque a maioria do 'tape' é Jimi Hendrix. Sempre que eu ouço Jimi Hendrix eu me lembro de você. A plateia dele era diferente, a relação das pessoas com o corpo mudou muito e a relação também dos espectadores com o performer. Ao mesmo tempo em que ele era aclamado, era repudiado."

Houston conduz pesquisa sobre obra de Oiticica

Nos anos em que viveu em Nova York, de 1970 a 1978, Hélio Oiticica, um dos fundadores do movimento neoconcreto, gravou divagações como essas em fitas cassete que mandou para amigos no Brasil, como Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Júlio Bressane e os artistas Carlos Vergara e Antônio Dias.

São conversas em tom confessional, reflexões sobre arte, música e proposições estéticas. Agora elas servem como espécie de trilha sonora para "Delirium Ambulatorium", documentário sobre o artista, morto aos 42 em 1980, que seu sobrinho, César Oiticica Filho, tenta terminar.

"É um filme contado em primeira pessoa, por ele mesmo", conta Oiticica Filho, sobre seu filme ainda sem previsão de estreia. "São suas visões da sociedade, é como ele analisa as coisas."

Numa produtora em Ipanema, no Rio, o diretor mostrou à Folha cenas do primeiro corte do filme. E também um vasto acervo de imagens ressurgidas agora, depois de três anos de buscas intensas.

"Essa pesquisa vai além do filme, nunca vamos conseguir mostrar tudo isso", diz Oiticica Filho. "Estamos num ponto crítico do documentário, que é conseguir todas as autorizações de imagens."

A voz de Oiticica em entrevistas, conversas com amigos e nas "Heliotapes", como Haroldo de Campos batizou as fitas gravadas, sublinha imagens raras -muitas delas estavam perdidas até hoje.

Suas reflexões sobre Jimi Hendrix, por exemplo, e a ideia de que o músico transformou música em experiência, "uma coisa antropofágica mesmo", nas palavras do artista, vão de encontro à sua descrição da exposição que realizou na galeria Whitechapel, de Londres, em 1969.

"Essa foi sua experiência mais forte", diz Oiticica Filho. "Isso é a maior coisa que a gente queria encontrar."

Antônio Venâncio, pesquisador de imagens do documentário, conta que tentou de todas as formas, sem êxito, ter acesso a um vídeo da rede britânica BBC, que na época fez uma reportagem sobre a mostra londrina.

"Fora do Brasil, as coisas também se perdem", conta Venâncio. "A Tate Modern tentou encontrar essas imagens e não conseguiu."

Mas chama atenção o que foi encontrado. Há imagens da intervenção "Devolver a Terra à Terra", de 1979, dele vestindo passistas da Mangueira com suas capas "Parangolé", e da performance coletiva "Apocalipopótese", que levou vários artistas ao aterro do Flamengo em 1969.

Essas últimas imagens não eram vistas desde os anos 90, quando os registros rumaram para uma mostra de Oiticica em Paris e nunca foram devolvidos pela curadoria.

Oiticica também aparece no primeiro registro filmado de que se tem notícia do happening "Mitos Vadios", que o artista Ivald Granato fez na rua Augusta, em São Paulo, no fim dos anos 70. Nas imagens, ele surge de sunga e óculos de aviador na cabeça dançando e cantando.

Numa entrevista pouco antes de sua morte, em 1980, Oiticica fala sobre a origem e os desdobramentos de sua instalação "Tropicália", de 1967.

"Era uma espécie de ambiente", diz Oiticica, enquanto monta uma maquete de uma de suas obras. "Caetano Veloso gostou do nome e fez a música, daí nasceu o tropicalismo, que é uma posição estética sobre as coisas."

Na mesma conversa, ele sustenta que o tropicalismo vingou na música, mas ataca a forma como o movimento repercutiu nas artes visuais --uma "papagaiada do pop americano abrasileirado".

De certa forma, o novo filme dá maior lastro às declarações polêmicas do artista. Enquanto "HO", curta de Ivan Cardoso filmado em 1979, mostra o artista com sua obra, "Delirium Ambulatorium" casa as criações dele com sua fala, construindo uma espécie de diário visual.

Aquilo que sobrou do filme de Cardoso, aliás, é reaproveitado no filme de Oiticica Filho. "É a ideia de passar a experiência de como essa obra começa e por que ela vai tão longe", diz Oiticica Filho.


O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite do Museu de Belas Artes de Houston

FONTE:  http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1041577-documentario-resgata-gravacoes-e-imagens-perdidas-de-helio-oiticica.shtml

25/01/2012

expo: Cordão da Bola Preta

Veja: Museus de arte nacionais vivem seus dias de rock

Bom momento econômico do país e profissionalização dão ao setor uma agenda que ele não tinha desde os anos 1990, com a vinda em peso de mostras de grandes nomes, dos renascentistas aos contemporâneos

por Mariana Zylberkan


Os olhos dos amantes das artes plásticas não foram tão requisitados, ao longo de 2011, quanto os ouvidos dos fãs de música. Mesmo assim, os frequentadores de museus e galerias têm algo a comemorar. No ano passado, eles viram aportar no Brasil mais de dez grandes nomes das artes, em mostras que se espalharam para além do eixo Rio-São Paulo -- um feito que pode se repetir em 2012. Foram exposições como Em Nome dos Artistas, que reuniu criações de ícones como Damien Hirst e Jeff Koons no prédio da Bienal, em São Paulo, Sigmar Polke, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), e Amadeo Modigliani, que começou por Vitória, segue este mês para o Rio e em abril vai para São Paulo. A movimentação do mercado expositor, que faz lembrar o bom momento vivido nos anos 1990, e pode superá-lo, é um novo marco para os museus nacionais. Que vivem seus dias de rock, recebendo, no lugar das estrelas da música, os popstars das artes plásticas.

Para 2012, estão previstas outras mostras de peso. Como a do alemão Lucian Freud, que terá suas gravuras expostas, no segundo semestre, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), por onde também passará Giorgio de Chirico, outro a circular pelo país – ele entrou em cartaz primeiro em Porto Alegre, no final do ano passado, e em março segue para Belo Horizonte (confira lista abaixo).

A agenda cheia ajuda a espanar o pó das salas de exposição, que desde o início dos anos 2000 não acomodavam tantos figurões das artes. E a recuperar um terreno que o Brasil começou a conquistar há vinte anos e se viu perdendo especialmente a partir de 2004, com a queda do presidente da BrasilConnects, o banqueiro e colecionador de arte Edemar Cid Ferreira, acusado de fraude e formação de quadrilha à frente do Banco Santos. A organização foi responsável por mostras como Picasso na Oca (2004) e A Bigger Splash (2003), que, juntamente com exposições como as de Degas e Rodin, em 1995, e a de Monet, em 1997, representaram a estreia do país no circuito internacional de artes (vide lista).

“O crescimento atual é resultado de um processo lento e gradual. Antes, apenas a Bienal assumia o papel de inserir a arte internacional no Brasil. Hoje, com o crescimento do mercado, esse papel está também com outras instituições”, diz Moacir dos Anjos, curador da 29ª edição da Bienal Internacional de São Paulo (2010). Para o curador, a aceleração desse processo de inserção da arte estrangeira no país, verificado especialmente nos últimos anos (2010 teve pelo menos sete grandes mostras, como a de Ródtchenko e Andy Warhol), se deu graças à maior presença do Brasil no circuito de arte internacional. Que, por sua vez, se deve à chegada de artistas nacionais a museus e leilões estrangeiros e também à profissionalização do setor. "Hoje dispomos de mecanismos institucionais mais sólidos, tanto para financiar como para atender os requisitos de qualidade exigidos pelas instituições internacionais que organizam as exposições.”

A Europa também tem dado uma força para o Brasil se aproximar da rota das grandes exposições mundiais. Explica-se: a recessão econômica no Velho Mundo deixa o caminho mais livre para que as instituições mundiais saiam em busca de novos mercados. “Supostamente, o Brasil não está em crise e isso abre espaço para o país. Há maior interesse das grandes instituições pelo Brasil. É mais uma questão psicológica, mas os museus internacionais fazem questão de não serem esquecidos por aqui”, afirma José Roberto Teixeira Coelho, curador do Masp.

Trata-se de uma maré positiva para o país. Mais profissional e economicamente estável, pela primeira vez, o Brasil dispõe de condições para aproveitar a abertura do circuito mundial de artes, que vem sendo impulsionada pela globalização e a crise na economia global.

Apesar do quadro otimista, não há motivo para euforia, porém, segundo o economista George Kornis, especialista em economia do entretenimento. Ainda que esteja melhor hoje do que ontem, o Brasil ainda tem um lugar pequeno no mercado mundial de arte. “A liderança desse setor está nas mãos dos países anglo-saxões, que respondem por 60% a 75% do bolo global. O Brasil tem fatia equivalente a 0,25%.”

A discrepância do papel exercido pelo Brasil em relação aos líderes do mercado, segundo Kornis, é explicada pela falta de capitalização das empresas que formam o setor (as galerias), além da alta taxação (impostos) e da escassez de órgãos certificadores (que coíbam a falsificação e o mercado paralelo). E da curta experiência do país no ramo. “O mercado de arte nasceu no Brasil nos anos 1950, enquanto os Estados Unidos teve início no século XIX. Ainda temos um longo caminho a percorrer.”

Vendas de obras – Os números relacionados às exportações de obras nacionais deixam claro que pelo menos uma parte da estrada já foi percorrida. Entre 2005 e 2011, o valor arrecadado com as vendas de arte brasileira ao exterior triplicou. Em 2005, foram comercializados 10,3 milhões de dólares em arte nacional em galerias estrangeiras. Em 2011, até o mês de setembro, o montante era de 35 milhões de dólares. Mais: os números referentes a 2011 já ultrapassaram o volume total de exportações de 2010, de 34,9 milhões de dólares, segundo dados coletados pelo convênio entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) e a Apex Brasil.

O aumento nas exportações de obras de arte é impulsionado, em grande parte, pelas feiras organizadas nos últimos anos. Desde a primeira edição, a SP Arte registra um crescimento nas vendas de até 30% ao ano. “A boa produção de arte aliada à fluência econômica do Brasil ofereceram condições de crescimento ao mercado”, conta Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte. Já no Rio de Janeiro, a Art Rio, feira realizada pela primeira vez em 2011, comercializou 120 milhões de reais em obras de artistas nacionais e internacionais, segundo a organização. Além de fomentar o surgimento de feiras, o bom momento do segmento propicia o aparecimento de um novo tipo de consumidor: a classe média está comprando arte (confira texto no pé da página).

O ano de 2011 também foi aquele em que o primeiro fundo de financiamento em artes passou a funcionar no país. O Brazil Golden Art (BGA), da gestora Plural Capital, fundada por quatro ex-sócios do banco de investimentos Pactual, reúne setenta investidores que, juntos, captaram 40 milhões de reais. A meta do grupo é criar um acervo próprio, com 2.000 obras de artistas nacionais, em até quatro anos. Atualmente, o fundo dispõe de 300 trabalhos de nomes consagrados, como Beatriz Milhazes e Tunga.

Para participar, cada sócio deve investir no mínimo 100.000 reais. O lucro é dividido com a compra e a venda do acervo colecionado. “Isso é só o começo”, diz Heitor Reis, um dos sócios do BGA.

Exportar cada vez mais arte coloca o Brasil numa situação favorável num mercado que funciona na base de trocas. “Tudo o que é exportado retorna em termos de diálogo. Ter mais artistas brasileiros no exterior significa ter mais exposições importantes em nosso país”, diz Alessandra D’Aloia, sócia-diretora da galeria Fortes Vilaça, lembrando o bom momento da programação nacional de mostras.

Foco nos modernistas – Dentro do crescente interesse em torno de artistas brasileiros no exterior, se destaca a descoberta – lá fora – dos nossos modernistas e neoconcretistas. Está prevista para 2013 a organização de uma exposição da neoconcretista Lygia Clark no Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma). Em 2013, a artista suíça naturalizada brasileira Mira Schendel terá sua obra exposta no Museu Britânico e Internacional de Arte Moderna (Tate Modern Museum).

Essa programação reafirma o interesse de instituições estrangeiras pela arte brasileira cuja maior intensidade foi marcada pela exposição de Hélio Oiticica, em 2007, no Tate Modern, que também abrigou a mostra de Cildo Meireles em 2008. Em junho de 2011, Lygia Pape teve sua obra exposta no museu Reina Sofia, em Madri.

Formação de público – O bom desempenho do mercado de arte brasileiro se reflete também na frequência dos museus. A maioria registrou aumento de visitantes nos últimos anos. O Museu de Arte Moderna da Bahia, por exemplo, calcula um salto de 170.000 visitantes entre 2007 e 2011. Neste ano, até o mês de outubro, o Museu de Belas Artes, no Rio de Janeiro, recebeu 69.561 pessoas, 7.000 a mais do registrado em 2007.

Em Inhotim, em Minas Gerais, onde o empresário Bernardo Paz abriu em 2006 o Instituto de Arte Contemporânea para abrigar obras de artistas importantes como os brasileiros Adriana Varejão, Cildo Meirelles e Hélio Oiticica e o americano Matthew Barney, os números são igualmente surpreendentes. No primeiro ano, o instituto recebeu 7.114 pessoas. Em 2011, foram registrados 190.751 visitantes.

Desde 2007, a Pinacoteca de São Paulo mantém a média de 500.000 frequentadores por ano. O Museu de Arte de São Paulo (Masp) dobrou o número de visitantes nos últimos cinco anos e, atualmente, recebe 700.000 pessoas por ano.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/museus-de-arte-nacionais-vivem-seus-dias-de-rock

19/01/2012

Ibram vai propor acordo com colecionadores em situação irregular


O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) anunciou esta semana que pretende propor de forma oficial, ainda neste semestre, uma negociação entre governo federal e colecionadores de obras de arte que estejam em situação irregular junto à Receita Federal.

O objetivo da proposta é abrir a possibilidade de regularização para colecionadores que tenham sonegado tributos no ingresso de obras de arte no Brasil e garantir o amplo acesso da população brasileira a essas coleções.

A ideia é estabelecer um prazo junto à Receita Federal para a regularização das obras, oferecendo um registro provisório válido por cinco anos. Durante este período, os colecionadores teriam que oferecer todas as informações relativas à origem das obras adquiridas.

De acordo com o presidente do Ibram, José do Nascimento Jr., os primeiros entendimentos sobre a proposta já estão sendo feitos junto à Receita Federal. Ações semelhantes já foram feitas com outros setores.

Para Nascimento, é necessário dar início a um debate sobre a atual taxação de obras de arte no Brasil. O presidente do Ibram avalia que a desoneração da cultura é fundamental para uma maior circulação de bens culturais no país.

“Precisamos entender que a Cultura é bem simbólico, mas também é um ativo econômico importante. Precisamos ser competitivos na criatividade e na produção, mas também nas questões envolvendo as diversas indústrias culturais, criando um mercado cultural sustentável, e em especial nas artes visuais, com regras claras e transparentes”.

Pontos de Memória no exterior recebem premiação

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) premia nesta quinta-feira (12), em Bruxelas (Bélgica), uma das três iniciativas de memória social voltadas para comunidades de brasileiros que residem no exterior. Elas foram selecionadas pelo edital Pontos de Memória, parte do Programa de Fomento Ibram 2011.

A premiação será concedida ao projeto MEBRASIL, proposto por Regina da Silva Barbosa, e acontece durante o encerramento do festival Europalia. Os outros dois projetos escolhidos vêm da Espanha (Memória Oral da Imigração Brasileira na Espanha, proposto por Elisa Tavares Duarte) e Uruguai (Batuque, proposto por Luciano da Luz Moucks).

As propostas selecionadas se caracterizam pelo envolvimento e participação de comunidades de brasileiros que vivem no exterior em ações de registro e representação de sua memória. Cada uma delas receberá uma premiação de R$ 50 mil.

Acompanhamento – No último dia 4, foi realizada em Brasília reunião entre diretores do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o representante da Divisão das Comunidades Brasileiras no Exterior do Ministério das Relações Exteriores, Amintas Silva.

O encontro teve como foco a parceria entre Ibram e Itamaraty para o acompanhamento dos Pontos de Memória no exterior e demais iniciativas voltadas para a promoção da cultura e do direito à memória entre as comunidades de brasileiros que vivem fora do país.

Ficou acertada a elaboração de termo de cooperação entre os dois órgãos para consolidar a parceria e formalizar futuras atividades em conjunto, que incluiriam a troca de informações sobre a realidade das comunidades citadas e a difusão de ações do Ibram no exterior.

expo. Rótulos de Cachaça

16/01/2012

Modelos tiram a roupa e desfilam de lingerie em museu de Paris

Campanha deixou visitantes do museu surpresos.
Modelos foram escoltadas para fora por seguranças.
Visitantes do museu d'Orsay, em Paris, na França, ficaram surpresos depois que três modelos tiraram os casacos e desfilaram de lingerie na galeria, em uma ação publicitária da marca Etam (assista ao vídeo). No entanto, segundo o jornal inglês "Daily Mail", a campanha surpresa não agradou o museu, e as modelos foram escoltadas para fora por seguranças.



Modelos entraram no museu de casaco. (Foto: Reprodução)



Depois, elas tiraram os casacos e desfilaram de lingerie. (Foto: Reprodução)


http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/01/modelos-tiram-roupa-e-desfilam-de-lingerie-em-museu-de-paris.html

12/01/2012

MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES -75

Sexta feira MNBA completa 75 anos, nessa data os visitantes vão ter a entrada gratuita e quem provar através de um documento de identidade que faz aniversário na mesma data que o museu, isto é no dia 13 de Janeiro, ganha um brinde exclusivo.
Diretora do MNBA Mônica Xexéo,fala dos planos para o museu até 2014.
Ouça a notícia completa no link abaixo!


Museu Nacional de Belas Artes completa 75 anos e cria promoção a visitantes - CBN

11/01/2012

Bola Preta faz exposição no Largo da Carioca

Um dos blocos de carnaval mais antigos do Rio recupera seu acervo


Ilustração para o livro de Ouro do Cordão da Bola Preta, feita pelo artista Potoca, em 1945.


RIO - Um dos blocos mais tradicionais do Rio, com quase um século de história, o Cordão da Bola Preta está abrindo pela primeira vez seu baú de memórias: uma estante repleta de pastas de recortes de jornal, fotografias antigas, letras de marchinhas censuradas, croquis originais de fantasias e carteirinhas dos sócios (muitas ficavam escondidas no clube, para que as famílias não desconfiassem da boemia do patriarca). Os documentos mais importantes, que contam não só a origem do Bola, mas também a do carnaval da cidade, serão expostos no Largo da Carioca, em mostra que será inaugurada na segunda quinzena deste mês.A exposição resgata os momentos mais significativos da agremiação, fundada no dia 31 de dezembro de 1918.
— Temos muito o que festejar. Estamos conseguindo pagar nossa dívida, os bailes na nova sede são um sucesso, e o Bola é, afinal, o maior bloco de carnaval do mundo — diz um animado Pedro Ernesto Marinho, presidente da agremiação, já antevendo uma polêmica com o bloco Galo da Madrugada, de Recife, que pleiteia o título mundial. — Esta exposição vai mostrar o peso da nossa história.
A recuperação do bloco, a qual se refere o presidente, vem acontecendo há cerca de dois anos. Desde que o Bola Preta perdeu sua sede original, na Rua Treze de Maio, no Centro, por conta de dívidas de condomínio mais feias do que passar o carnaval em casa (algo em torno de R$ 2 milhões, acumulados ao longo de dez anos). Como a necessidade faz o bloco pular, o Bola descobriu dentro da própria estrutura uma maneira de contornar a situação: começou a organizar bailes de pré-carnaval concorridíssimos na nova sede, na Rua do Senado (dizem as boas línguas, muito melhor do que a primeira), e a alugar a tradicional Banda do Bola para festas de casamento. Foi um sucesso.
— Não tem um fim de semana que a banda não tenha apresentação marcada. Assim, vamos conseguir pagar tudo e completar cem anos sem dever nada a ninguém — afirma Pedro. — A exposição será só o início, mas queremos fazer um livro e um documentário.
Era na antiga sede que este arquivo precioso estava esquecido, tomando poeira. Desde 1919, os fundadores do Bola Preta, Caveirinha , Fala Baixo e Chico Brício, tiveram a preocupação de guardar toda informação relacionada ao bloco, como se já soubessem de sua importância no futuro. Com um cuidado que muitos arquivos padecem: cada documento trazia anotado, a lápis, datas e descrições.
— Além do carinho com as informações, chama nossa atenção o apuro que se tinha na época com cada convite de baile à fantasia, cada brasão comemorativo. Eles mandavam fazer ilustrações exclusivas, a bico de pena, e guardavam até os rascunhos. Também fiquei impressionada pela qualidade literária dos textos corriqueiros de informes do bloco e anúncios publicados em jornal — impressiona-se a pesquisadora Elke Gibson, que supervisiona a catalogação do arquivo, trabalho feito num apartamento em Santa Teresa.


http://oglobo.globo.com/cultura/bola-preta-faz-exposicao-no-largo-da-carioca-3540194

10/01/2012

Dilma reconhece música gospel como manifestação cultural

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff sancionou lei que considera a música gospel, de matriz religiosa, como uma manifestação cultural. A decisão está publicada no Diário Oficial desta terça-feira. Agora, padres, pastores, cantores e parlamentares que se apresentam e fazem shows gospel poderão recorrer aos benefícios da Lei Rouanet. A lei reconhece a música gospel como cultura e os eventos a ela relacionados, exceto os promovidos por igrejas. Apesar dessa restrição, são exatamente deputados e senadores evangélicos, que participam de cultos e que também são pastores, que mais comemoram a decisão da presidente.

O projeto é de autoria do ex-deputado Bispo Rodovalho (PP-DF). O advogado Paulo Fernando Melo, assessor da Frente Parlamentar Católica na Câmara, foi quem elaborou o texto. Ele comentou a decisão de Dilma em sancionar a lei.

- Foi uma decisão sábia, que vai fazer justiça a esse importante movimento cultural, de católicos e evangélicos. Vai estimular ainda mais a difusão da música religiosa no Brasil - disse Paulo Fernando.

Havia uma preocupação do Ministério da Cultura em relação ao projeto. Um receio de exploração religiosa. 

O ministério elaborou um parecer que recomendava prudência e demonstrava uma preocupação com a exploração religiosa dessa decisão.

FONTE:  http://oglobo.globo.com/pais/dilma-reconhece-musica-gospel-como-manifestacao-cultural-3626384#ixzz1j4tJ6BGW

retrospectiva 2011

Saravá! Começamos a nossa retrospectiva museal, museológica e/ou museística com “o melhor do melhor do mundo” da museologia de 2011 e saudamos 2012 fazendo referência ao poeta e diplomata Vinicius de Moraes, o branco mais preto(afro descendente) do Brasil, na linha direta de Xangô... Saravá! (Saravá!) A benção aos nossos 112 membros ilustres que por algum motivo obscuro, desconhecido e imoral (porem não ilegal) acompanham as nossas esquisitices, nos permitindo chegar a mais de 40 mil visitas em 3 anos de existência. A benção aos Museologandos Marcelo(graduado e mestrando em museologia, o burguês mais museológico que eu conheço), Maíra(a primeira museologando concursada) e Thainã(nosso eterno graduando) que me ajudam a reunir (e, com sorte, produzir) informações museólogicas, museais e/ou museísticas relativas (o que não significa importante) a área, campo, lote, terreno, sesmaria e puxadinho (já que o social esta na moda) da museologia. Saravá! (Saravá!).

JANEIRO
• Férias no Museu do Futebol (porque lugar de criança é no museu)
• Novo Museu Dalí abre as portas em St. Petersburg, na Flórida
• GLBT History Museum – 1º museu GLBT do mundo
• Qual é o tamanho dos visitantes do museu?
• Museologia é capa do Segundo Caderno do Globo!
• Doações: museus recebem doações para as vítimas das chuvas
• Espaços culturais da prefeitura do RJ sofrem com má condição estrutural e programação irregular
• Museu das Coisas inúteis
• Inaugurado o Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia
• Museu Nacional do Cairo é invadido durante revolta contra Mubarak

FEVEREIRO
• Johnny Bravo no Museu
• MNBA reabre galeria de arte do século XIX
• Quem tem boca vai ao museu – desenho Timão e Pumba
• expo. Warhol TV
• expo. Natureza Sexual
• Centro Cultural João Nogueira (inauguração prometida para janeiro de 2012 será?)
• A Sexualidade de Mona Lisa (Mona Lisa, masculina, mulher macho sim senhor...)
• Restaurador encontra pintura escondida em quadro de Goya (“é você satanás?”)
• Expo: O mundo mágico de Escher
• Ferramenta do Google permite tour em museus
• Gato e rato no Museu Hermitage - Gatos são contratados para manter os ratos longe do Museu

MARÇO
• Prédios tombados da UFRJ em situação crítica.
• Tela de Benedito Calixto é furtada de pinacoteca no litoral paulista
• expo. Energia Nuclear - Museu da Maré
• Justin Bieber no Museu Madame Tussauds
• Museu de Londres devolverá peças que pertenceram a australianos
• Memorial da Inclusão
• expo. Até quarta-feira! - IMS
• Fim da novela: suspensa nomeação de Emir Sader para a FCRB
• Estrutura de antigo Cais da Imperatriz é achada durante escavação no Rio
• No Rio, patrimônio dá samba Escola de Samba São Clemente levou para a avenida samba-enredo inspirado na paisagem cultural do RJ.
• expo. Abram Alas Para Clóvis Bornay (Símbolo máximo da classe Museológica LGBT.)
• Museu do Bola Preta: nova sede do bloco prevê espaço para museu

ABRIL
• Anônimo doa tela de Picasso em prol da pesquisa científica
• Em cerimônia com a presidenta Dilma Roussef, inconfidentes são sepultados em museu de Ouro Preto
• 25 de abril, aniversário da morte de Lígia Clark
• Dica de Filme Um Crime Nada Perfeito
• Museu Imperial transmite o casamento do príncipe William e Kate Middleton (“porque dinheiro eu tenho só me falta no glamour. To pagaaando!”)
• Foto de crucifixo em copo de urina é destruída a marteladas em museu francês (sai desse copo que ele não te pertence!)
• Lançamento do livro Abracaldabra uma aventura afetivo-cognitiva na relação museu-educação".
• Museu Falológico (museólogos eufóricos)
• Marceneiro acha obras de arte no lixo da USP ("Falavam que era besteira, que era lixo. Só eu achei que não era lixo.")
• Brasil integra ranking internacional de exposições e museus mais visitados

MAIO
• Expo: "Túnel do Tempo" rende polêmica (“Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante...” – Sarney sobre a ausência do impeachment de Collor na exposição)
• Foto de homem nu causa polêmica em museu do Sergipe.
• O Museologando Avalia Fernando Pessoa plural como o universo (participação especial da museóloga Wendy Girondi)
• Exposição curricular Muito prazer, Urca!
• Dia Internacional dos Museus (ironicamente no mesmo dia da Luta nacional Antimanicomial)
• Museologando avalia: CCBB Laurie Anderson e Mariko Mori
• 9ª Semana – Museu e memória
• Os Simpsons no MUSEU
• Acervo do Museu do Trem (RJ) é o mais novo patrimônio cultural do Brasil
• Santa Catarina recebe o primeiro tombamento definitivo de paisagem cultural brasileira
• Os Caras de Pau no Museu

JUNHO
• Feira de troca cultural MAC
• Expo: Bicicleta, Histórias e Curiosidades
• Ministra Ana de Hollanda no Programa do Jô
• MNBA realiza projeto “Ver e sentir através do toque”
• The Museum Of My - Facebook (Teoria do museu interior de Scheiner?)
• Museu Tatoo Brasil

JULHO
• EUA devolvem ao Egito 19 peças arqueológicas da tumba de Tutancâmon
• Terça Insana no Museu (“me deixem ser burra, ser intelectual dói...")
• IBRAM lança Carta de Petrópolis
• Museu dos EUA elabora maior base de dados da arte latino-americana
• Tombamento Teatro Oficina
• expo: O Museu Encantado da Barbie
• Ben 10 no MUSEU
• expo: Brasil Feminino - FBN
• expo. Rio: a arte da animação
• Inauguração do Museu da Cidade de Patos de Minas
• Dica de Filme Meia noite em Paris

AGOSTO
• expo: SBT 30 ANOS
• Primeira sede do MoBA, o Museu da Arte Ruim, é inaugurada nos Estados Unidos
• CULTURA EM GREVE! ( com direito a Protesto do Pijama e CARTA-TESTAMENTO DA CULTURA)
• MNBA - 3º Festival Internacional de Humor
• Museus da Holanda poderão vender obras para pagar contas(A crise chega aos museus)
• Expo. Tatuagens Urbanas
• Museu dos Teatros é desativado;
• Doutorado em Museologia e Patrimônio - aula inaugural
• Lançamento Revista Eletrônica EducaMuseu
• II Fórum de Museus do Estado do Rio de Janeiro (“Siricuticos museológicos”)
• Para dirigente do Iphan/RJ, é 'ridículo' dizer que ele não pode autorizar obras no Maracanã (“que deselegante”)
• Inauguração do Museu Casa de Arnold Schwarzenegger (Hasta La Vista, Baby)

SETEMBRO
• Homem vende o próprio dedão amputado para salvar museu (“companheiros, nunca antes na história...”)
• Inauguração do Museu Gucci (museologia fashion week)
• Cultura às escuras (sempre bom tirar um sarro dos paulistas)
• Ruas de SP começam a receber mostra com rinocerontes estilizados
• The Artist is Present, um jogo sobre ficar na fila de um museu
• 86% dos museus de SP têm problemas
• 5ª Primavera dos Museus - Mulheres, Museus e Memória
• Inauguração do Museu de Cera de Petópolis
• O fantástico mundo de Bobby no Museu
• Medindo dez metros de altura e pesando dez toneladas, a escultura 'Maman', de Louise Bourgeois, chega ao Aterro

OUTUBRO
• Artista dá à luz em galeria de arte em NY (Ao nascer o bebê recebeu um numero de inventario e ganhou uma ficha catalográfica)
• EUA procura homem que arrombou museu disfarçado de planta (Será essa a Museologia Vegetal desenvolvida no 4º FNM?)
• expo. Oswald de Andrade no Museu da Língua Portuguesa
• Museu na Espanha expõe dinossauros transando (“delicia, delicia, assim você me mata. Aí se eu te pego...”)
• Europália dá visibilidade à Bélgica, mas sofre com desorganização e interferências do governo
• Fudêncio e Seus Amigos no Museu (humor politicamente incorreto. Adoro!)
• Semana da Criança - MHN
• Criação da Rede de Acessibilidade nos Museus
• Museus na Copa 2014
• Cidade de Montevidéu expande museus e enriquece seu acervo artístico
• Casa onde foi fundada a umbanda, em São Gonçalo, será demolida esta semana (Ó Paí Ó!)
• Repúdio ao Sergio Besserman, à Lucia Hipólito e à CBN

NOVEMBRO
• Projeto mensal prevê visita aos bastidores do Museu Imperial
• Rito indígena brasileiro entra na lista da UNESCO de patrimônios culturais imateriais em risco
• Valentino lança museu virtual
• expo. curricular Quadrinhos o poder dos traços
• Cem anos de arte no Brasil é o tema da exposição de reabertura do Paço Imperial
• Eleições COFEM E COREM 2ª. REGIÃO (museologando no corem 2ª R)
• Museu do Holocausto inaugurado em Curitiba
• Exposição conta a história dos videogames MIS-SP
• Museu londrino apresenta a maior exposição sobre Leonardo Da Vinci
• Acadêmicos da Museologia (Depois de alguns anos a museologia volta a ter D.A. “museólogos de todo mundo uni-vos!)
• Mercosul terá patrimônio cultural reconhecido
• Faxineira destrói obra de arte na Alemanha ao tentar limpá-la
• Verba destinada ao Ministério da Cultura pode cair 16% em 2012, na maior redução da última década

DEZEMBRO
• Dia do museólogo é comemorado com anúncio de balanço positivo de 2011 e expectativas para 2012
• Tiririca fará campanha para popularização dos museus - "Você sabe o que é um museu? Eu também não, mas vamos descobrir" (Tiririca pra Ministro da Cultura “pior que tá não fica”)
• Louvre é acusado de danificar quadro de Leonardo da Vinci
• As melhores exposições de 2011
• MinC e MEC assinam acordo de cooperação
• Informe do Corem 1ª Região (eleições: Maíra para COFEM)
• Museu das relações terminadas
• Kid Vs. Kat - "A Maldição da Tumba de TutanGato"
• Museu como ferramenta publicitária: Fórmula secreta da coca-cola é exposta em museu
• Museu do Louvre adota Nintendo 3DS como guia virtual (aposto que tem gente lendo essa notícia e pensando: o que é um 3DS?)
• Dia do Museólogo (no mesmo dia da Criação do município de Não-Me-Toque, do Dia Mundial de Conscientização do Autismo e da Nossa Senhora do Ó)

09/01/2012

Quadros de Picasso e Mondrian são roubados de museu na Grécia



RIO - Duas pinturas, uma do mestre Pablo Picasso e outra do famoso pintor holandês Piet Mondrian, foram roubadas da Galeria Nacional da Grécia nesta segunda-feira, disseram fontes policiais. Os ladrões invadiram a galeria durante a madrugada e pegaram a obra de Picasso "Cabeça de Mulher", de 1939, disse um policial sem revelar o título da outra obra. O Ministério da Cultura e a polícia confirmaram que duas pinturas foram roubadas, mas não revelaram oficialmente os nomes dos artistas.
A coleção da Galeria Nacional inclui duas pinturas de Mondrian, o "Moinho" e "Paisagem", ambas datadas de 1905, e um desenho, "Estudo de Flor".
As primeiras informações difundidas afirmam que desconhecidos entraram no museu após forçarem uma porta de emergência e roubaram dois quadros. Às 4h52m o alarme da galeria foi desativado e a segurança não se deu conta. Minutos depois, os guardas viram um homem saindo correndo do edificio. A polícia também confirmou que os ladrões tentaram roubar um terceiro quadro, mas deixaram o local antes de conseguirem levá-lo. “Depois que o alarme disparou, o segurança descobriu que as duas pinturas tinham desaparecido. Outra estava jogada no chão”, disse uma autoridade à agência Reuters.
A Galeria Nacional de Atenas, abriu suas portas no ano de 1900. Desde então, sua coleção recebeu mais de 17 mil obras, principalmente pinturas gregas dos séculos 19 e 20. Recentemente, o museu abrigou uma exposição com obras de mestres europeus como Albrecht Duerer e Rembrandt van Rijn.
Em outubro, a polícia na Sérvia recuperou duas pinturas de Picasso roubadas em 2008 de uma galeria na Suíça e que valiam milhões de dólares. A Grécia recuperou em setembro uma pintura do mestre flamengo Peter Paul Rubens, roubada de um museu belga em 2011, e prendeu dois gregos que tentavam vendê-la a um policial disfarçado por cerca de 1 milhão de dólares.


FONTE: http://oglobo.globo.com/cultura/quadros-de-picasso-mondrian-sao-roubados-de-museu-na-grecia-3600699#ixzz1izUx1Yak


08/01/2012

Restauração de pintura de Da Vinci divide especialistas em arte

Matéria do The New York Times.



Quadro de Leonardo da Vinci "A Virgem e o Menino com Santa Ana", que é restaurado pelo Museu do Louvre, em Paris

“A Virgem e o Menino com Santa Ana”, de Leonardo da Vinci, não tem a mesma fama que a Monalisa. Mas para o Museu do Louvre, é uma obra de arte tão valorizada quanto.

Agora há uma batalha quanto à restauração da pintura, colocando o museu e alguns especialistas que defendem o projeto contra outros que acreditam que limpar uma tela de 500 anos de idade foi muito agressivo e pode ter causado danos irreversíveis.

Dois dos principais especialistas em arte da França pediram demissão do conselho que supervisionava a restauração da pintura para protestar contra a forma como ela estava sendo feita, de acordo com especialistas em arte que falaram com eles.

Nenhum dos dois especialistas, Segolène Bergeon Langle, ex-diretora de conservação do Louvre e dos museus nacionais da França, nem Jean-Pierre Cuzin, ex-diretor de pinturas no Louvre, revelaram publicamente os motivos exatos por trás de suas demissões; o Louvre não comentou o motivo, apenas confirmou a saída de ambos.

“A cada passo do caminho, eu preparei relatórios escritos detalhados para o Louvre para explicar minhas visões, meus desejos e minhas preocupações” em relação à restauração da pintura de Leonardo, disse Bergeon Langle numa entrevista por telefone. “Eu assumi a postura há muito tempo de que sairia se algumas linhas vermelhas fossem ultrapassadas.”

Diz-se que Cuzin, por sua vez, estava descontente com o fato de que mais trabalho, em vez de menos, estava sendo feito sobre a pintura. A limpeza da pintura foi concluída em meados de dezembro, deixando uma imagem mais viva e ao gosto das multidões. As demissões, particularmente a de Bergeon Langle, que é vista como uma das principais especialistas em conservação de pinturas do mundo, preocuparam o Louvre e atraíram atenção para o trabalho de seu até então desconhecido comitê de conselheiros em restauração.

“A saída deles é uma perda extremamente lamentável”, disse Jacques Franck, especialista e consultor do Armand Hammer Center para Estudos de Leonardo na Universidade da Califórnia em Los Angeles, e membro do comitê de conselho. “Bergeon Langle sempre foi considerada uma deusa na área. Não há melhor especialista do que ela. Ela é insubstituível.”

É comum para especialistas discordarem sobre o quanto devem restaurar de obras importantes. A restauração da Capela Sistina de Michelangelo nos anos 90, por exemplo, foi criticada por muitos especialistas em arte que argumentaram que boa parte de seu trabalho original foi perdido na remoção de pó e fumaça de vela.

Mas as discordâncias quanto à restauração de Leonardo são incomuns no que diz respeito ao conselho do Louvre, um grupo de 20 especialistas sem poder de decisão, mas com reputação mundial.

“Não há uma única verdade, mas é justo dizer que nós não compartilhamos as mesmas visões sobre o que deveria ou não deveria ser retirado, o grau de limpeza”, disse Franck, que escreveu extensivamente sobre as técnicas de pintura de Leonardo. “Eu ficaria muito feliz e à vontade com uma pintura mais suja – sem tons vivos.”
Museus como o Louvre estão sob pressão para atrair públicos com mostras grandiosas, normalmente expondo obras primas exuberantes cujas cores ficam mais vivas depois de limpezas extensas.
A pintura de Leonardo foi adquirida pelo Rei Francisco I em 1517 e é vista como talvez a segunda mais importante depois da Monalisa entre os últimos trabalhos de Da Vinci. Ela deverá ser exibida numa exposição no museu em março, então o museu está com pressa para terminar o trabalho de restauração.
Uma percepção negativa da restauração de uma das pinturas mais complexas de Leonardo poderia prejudicar a reputação do museu tem de ser um restaurador prudente e não intrusivo.

Entre outras questões, houve desacordos dentro do comitê sobre se um verniz na pintura foi uma camada aplicada pelo próprio Leonardo, algo deixado por restauradores posteriores, ou uma combinação dos dois.
Na terça-feira (3), o comitê e Vincent Pomarede, diretor de pintura e responsável pelas decisões finais em relação à restauração, encontrou com a equipe técnica por várias horas para ver a pintura e discutir o que ainda precisa ser feito.

Com a limpeza completa, eles decidiram proceder com um pequeno trabalho de pintura para preencher falhas, e os resultados serão apresentados ao comitê em algumas semanas.

Pomarede, enquanto isso, decidiu manter as árvores que foram pintadas na paisagem por outra pessoa, e não Leonardo, disse um membro do comitê que se recusou a ser citado por conta de regras de confidencialidade.

A limpeza tem uma longa história. O Louvre abandonou uma tentativa de limpeza em 1993, por temer que os solventes pudessem danificar o “sfumato”, uma extraordinária técnica de mistura de cores que era a marca registrada de Da Vinci.

O esforço atual começou em 2010 depois de um longo período de estudo. A ideia inicial era ter uma abordagem minimalista e fazer apenas um pouco mais do que remover apenas as manchas da pintura.
Mas sob a supervisão de Cinzia Pasquali, uma conservadora que trabalha para o Centro para Pesquisa e Restauração dos Museus da França, a restauração se tornou mais ambiciosa. A hierarquia do Louvre e a maioria do comitê de aconselhamento também foram a favor de uma restauração mais ampla.

“Le Journal des Arts”, uma publicação de arte de Paris, criticou repetidamente o projeto, argumentando que ele estava muito mais agressivo do que sua concepção original e arriscava danificar seriamente a pintura. As notícias sobre as demissões do comitê de aconselhamento – Bergeon Langle em 21 de dezembro, Cuzin em outubro – foram divulgadas em primeiro lugar pela publicação no final do mês passado.

O Louvre defendeu firmemente sua abordagem. “A limpeza recente foi absolutamente necessária tanto para a conservação quanto por motivos estéticos”, disse Pomarede num e-mail. Ele acrescentou que nenhum membro do comitê “nunca disse que a limpeza não era prudente e havia ido longe demais tecnicamente. O que discutimos foi principalmente uma escolha estética”.

Todos “estão satisfeitos com o resultado da limpeza e o começo dos retoques, embora alguns deles preferissem que certos 'retoques' fossem removidos”.

Ele disse que as duas demissões foram “sem dúvida uma perda para a diversidade das discussões no comitê”, mas recusou-se a comentar sobre os motivos das renúncias.

Numa resposta escrita em outubro passado às críticas do “Le Journal des Arts”, Pomarede acusou a publicação de “total ignorância” sobre a restauração da pintura, acrescentando: “raramente uma restauração foi tão bem preparada, discutida e executada”. Os resultados da limpeza “revelam o excelente estado de conservação do material pictórico e do gênio artístico de Leonardo da Vinci, confortando-nos sobre as escolhas feitas”, disse ele.

Pomarede também minimizou os relatos de desacordos, dizendo que é “perfeitamente normal que a restauração de uma obra famosa leve a interrogações e discussões”.

Mas alguns especialistas nunca abandonam o padrão do “menos é mais”. “Há um componente ético”, disse Bergeon Langle. “Apesar do grande progresso nas nossas habilidades, precisamos nos pautar pela modéstia. Materiais melhores e mais controláveis ainda estão por ser descobertos. Precisamos deixar parte do trabalho para as futuras gerações.”

Tradução: Eloise De Vylder

06/01/2012

Inscrições para Semana Nacional de Museus seguem até o fim do mês

Estão abertas até o dia 31 de janeiro as inscrições para a 10ª Semana de Museus. A temporada de eventos é promovida pelo Ibram/MinC em parceria com os museus brasileiros, em comemoração ao Dia Internacional de Museus (18 de maio), e será realizada entre os dias 14 e 20 de maio.


Em 2012, terá como tema “Museus em um Mundo em Transformação – novos desafios, novas inspirações”, escolhido pelo Conselho Internacional de Museologia (ICOM).

Seminários, exposições, oficinas, espetáculos musicais, de teatro e de dança, mesas-redondas, visitas guiadas e exibições de filmes são alguns exemplos de ações que vêm sendo realizadas pelas instituições participantes a cada edição.

Podem participar museus e outras entidades culturais. O Ibram espera um novo recorde de instituições participantes e eventos inscritos. Em 2011 foram mais de 3 mil atividades em 994 instituições de todo o país.

As inscrições podem ser feitas pelo site do Ibram (http://eventos.museus.gov.br/). A instituição que tiver dúvidas pode entrar em contato pelo email cpgii@museus.gov.br ou pelos telefones (61) 3521-4122 ou 3521-4135.

05/01/2012

Sensor detecta deterioração de obras de arte

03/01/2012

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – As condições climáticas e ambientais de museus e outros espaços fechados dedicados à exposição de arte podem causar impactos na conservação das obras que integram seus acervos.

Com o objetivo de avaliar possíveis danos que as características ambientais desses espaços podem provocar nos bens do patrimônio cultural que abrigam, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um sensor que indica o grau de degradação sofrida por materiais que compõem obras de arte em diferentes ambientes.

O dispositivo, que já passou por várias etapas de aprimoramento, é resultado de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.

Durante o estudo, pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, campus Leste, pretendiam desenvolver uma ferramenta que possibilitasse medir simultaneamente a temperatura, umidade, iluminação e os níveis de poluição interna apresentados por museus situados em áreas urbanas e o grau de deterioração sofrido ao longo do tempo por resinas orgânicas usadas em obras de arte. Para isso, eles se associaram a um grupo de pesquisa do Instituto de Química da USP, liderado pela professora Dalva Lúcia Araújo de Faria.

Reunindo conhecimentos de química analítica com habilidades em eletrônica e microprocessamento de um pós-doutorando que integrou o grupo – Carlos Antonio Neves –, os pesquisadores conseguiram criar um aparelho miniaturizado que funciona automaticamente e mede as alterações físico-químicas causadas pelas condições ambientais de museus em alguns materiais orgânicos que compõem obras de arte.

“O equipamento fornece um conjunto de efeitos provocados pela temperatura, umidade, iluminação e presença de poluentes em um ambiente sobre materiais orgânicos que compõem algumas obras de arte”, disse Andrea Cavicchioli, professor da USP e coordenador do projeto à Agência FAPESP.

O sensor é baseado em uma microbalança de quartzo, constituída por pequenos cristais do mineral com aproximadamente 1 centímetro de diâmetro que vibram a frequências muito elevadas, de 10 MHz.

Para analisar as possíveis alterações físico-químicas sofridas por um determinado material em um ambiente, é depositada uma fina camada dele sobre os cristais de quartzo e colocado o aparelho no ambiente onde se pretende monitorar.

Cristais de quartzo captam as transformações do material no ambiente, como variações de frequência, que são registradas e gravadas em uma memória incorporada ao sistema eletrônico do aparelho.

“Quanto mais rapidamente variar a frequência, mais rapidamente o material estará se degradando, indicando que o ambiente é muito agressivo”, explicou Cavicchioli.

Os pesquisadores utilizaram um tipo de verniz muito usado em obras de arte para testar o aparelho em alguns ambientes de dois museus em São Paulo: o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) – mais conhecido como Museu do Ipiranga – e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, em parceria com as equipes das conservadoras Teresa Cristina Toledo de Paula e Valéria Mendonça.

Após deixar o aparelho contendo a amostra do verniz por um determinado período de tempo nos dois lugares, o grupo constatou que, em comparação com a Pinacoteca, o Museu Paulista apresenta condições menos favoráveis para conservação de materiais associados às pinturas.

A diferença, segundo Cavicchioli, se deve à dificuldade de o Museu Paulista implementar condições mais adequadas para a conservação dos bens culturais que abriga, uma vez que a edificação é tombada.

“O Museu Paulista, apesar de ter plena consciência da necessidade de controle ambiental para a proteção dos bens culturais, ainda tem ambientes pouco adaptados devido à própria edificação ser um objeto cultural. Já a Pinacoteca é um ambiente mais transformado e passou por um processo de readequação que possibilitou a implementação de algumas medidas mitigatórias, como a instalação de aparelhos de ar condicionado, filtros de ar para que poluentes externos não penetrem no interior do museu e dispositivos para controlar a luminosidade”, comparou.

Atualmente o Museu Paulista também está passando por um processo de adaptação de seus ambientes, apoiado pela FAPESP por meio do Programa Infra-Estrutura – Museus, com o objetivo de melhorar as condições de conservação das obras que possui. De acordo com Cavicchioli, ao fim desse processo será possível fazer nova avaliação utilizando o sensor e constatar se a reforma possibilitou a melhora das condições microambientais da instituição.

Igrejas barrocas

Os pesquisadores também avaliaram as condições microambientais de duas igrejas barrocas em Minas Gerais – a Catedral da Sé de Mariana e a Igreja Matriz de Tiradentes, em colaboração com a organista Elisa Freixo. As igrejas mineiras possuem dois dos mais importantes órgãos de tubos restaurados do período Barroco no Brasil em funcionamento.

Feitos de chumbo, os tubos do órgão corroem facilmente na presença de determinados gases emitidos pela madeira do próprio instrumento musical e do ambiente ou quando o chumbo é misturado com outros metais.

Por meio da análise das emissões das madeiras e da composição dos tubos, os pesquisadores constataram que tanto a madeira do órgão como a da igreja não representa um grande risco para a conservação dos tubos dos órgãos por ser envelhecida e liberar menos substâncias do que uma madeira mais nova. Outro ponto é que, além de chumbo, os tubos dos órgãos apresentam certa quantidade de estanho, que protege o metal da corrosão.

“Avaliamos que não existem condições de perigo imediato para esses órgãos com relação a emissão de gases pela madeira ou pela composição do chumbo. Em um país tropical como o Brasil, há riscos muito maiores para a conservação desses instrumentos musicais, como o ataque por cupim”, avaliou Cavicchioli.

Por meio de uma pesquisa de doutorado, que está sendo realizada com apoio de uma Bolsa da FAPESP, o grupo pretende ampliar a avaliação e comparar as condições microambientais para conservação de objetos eclesiásticos em igrejas construídas nos séculos 18 e 19 em regiões urbanas, semiurbanas e litorâneas.

Em outro projeto de pesquisa, também apoiado pela FAPESP por meio de um acordo de cooperação com o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o grupo pretende avaliar as vulnerabilidades às mudanças climáticas dos bens culturais do Vale Histórico Paulista.

A região, situada no extremo leste do Estado de São Paulo, nas divisas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, chegou a ser a mais rica do país durante o Ciclo do Café e possui casarios e palacetes da época colonial.

“Queremos analisar como as mudanças climáticas afetarão os bens culturais e que tipo de políticas preventivas podem ser implementadas para proteger esse patrimônio histórico e cultural, que é algo que está sendo muito discutido em outros países, como os da Europa”, afirmou Cavicchioli.


http://agencia.fapesp.br/14975#.TwRRXfNHSSE.email

04/01/2012

'The Art Museum' reúne museus de todo o mundo em único livro

Projeto levou oito anos para ficar pronto e representa o 'museu ideal'.
Ao todo, são cerca de 3 mil obras de arte representadas na edição.

Mais de 450 páginas duplas, cerca de 3 mil imagens e muitos textos explicativos formam o "The art museum", uma espécie de museu dos museus criado pela editora Phaidon, que destaca as principais obras da história da arte em um único livro.

O ponto de partida deste projeto, que se estendeu durante oito anos e contou com a colaboração de 65 profissionais, foi encontrar um modelo de "museu ideal", capaz de comportar grandes obras, movimentos artísticos e atividades relacionadas com a arte. A ideia era traçar um paralelo da história da arte em relação com a história da civilização humana.

Escultura de Henry Moore em página dupla de "The art museum" (Foto: Reprodução)

Este museu imaginário, criado e editado pela Phaidon, abriga a melhor coleção de arte já vista. Sem restrições de espaço físico, suas "salas" exibem aproximadamente 3 mil pinturas, esculturas, fotografias, tapeçarias, obra sobre papel e madeira, telas, cerâmicas e manuscritos, todos capazes de narrar a história da arte mundial.

Para facilitar a compreensão do público, essa história é estruturada em 25 galerias que percorrem, entre outros, períodos como a pré-história, o antigo Egito, o Renascimento, o Barroco, isso até chegar à arte do século 20.

As galerias reunidas formam um total de 425 "salas", nas quais o leitor pode contemplar obras-primas reconhecidas internacionalmente junto de outras menos conhecidas. Todas foram selecionadas em mais de 620 instituições, contanto coleções privadas e públicas ao redor do mundo.

A leitura de "The Art Museum" permite que o leitor visite e explore uma grande exposição permanente, talvez a única capaz de reunir no mesmo espaço obras como "Mona Lisa", de Leonardo Da Vinci; uma coleção dos melhores autorretratos de Rembrandt; "As Meninas", de Velázquez, e "Guernica", de Pablo Picasso.

Também são encontradas as cerâmicas da China, gravuras de Hokusai, objetos do Peru antigo, pinturas rupestres da caverna de Lascaux, as esculturas de Richard Serra e as pinturas de Cy Twombly, que finalizam este intenso percurso pela história da arte.

Além dos percursos históricos, o "The Art Museum" também abre espaço para pequenas exposições, como a que é dedicada às mulheres de Picasso. Através de nove pinturas, essa exposição especifica esmiuça o amor de Picasso por suas musas.

Cada uma das galerias do livro é diferenciada por uma cor determinada e por salas (uma página dupla), que são formadas por textos sobre o movimento ou sobre o tema que esta sendo explorado, assim como uma ficha explicativa de cada obra.

O livro também será publicado em francês, italiano, alemão e espanhol. A obra terá uma vigência de 15 e 20 anos e, por isso, deverá ser reeditada anualmente pela editora Phaidon.


http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/01/the-art-museum-reune-museus-de-todo-mundo-em-unico-livro.html

Museu de Cera de Nova York oferece festa de réveillon

Museu de Cera de Nova York oferece festa de réveillon por equivalente a R$ 175
Não ter companhia para passar o réveillon também não é problema em uma cidade como Nova York. É possível fazer a contagem regressiva ao lado de personalidades como John Travolta e Morgan Freeman. Só não vai ser possível bater aquele papinho com eles. A festa no Museu de Cera vai ter DJ a noite toda. O ingresso custa o equivalente a R$ 175. O preço da bebida está incluído, mas é bom maneirar nos drinks para não terminar a noite fazendo amizade com um dos figurões.