20 de janeiro de 2009
E nasce o Ibram
Gazeta de Alagoas, Caderno B, 20/01/2009
Aprovado em dezembro do ano passado pela Câmara e pelo Senado, o projeto que cria o Ibram espera apenas a sanção do presidente Lula
Suzana Velasco - Agência O Globo
Rio de Janeiro, RJ - Em dezembro de 2008, foi aprovado na Câmara dos Deputados o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que precisará de R$ 22,2 milhões para sua implantação. Apesar de ter recebido críticas pela criação de mais gastos para o governo num momento de crise econômica, o Ibram estava em análise no Legislativo desde 2006 e era um desejo do ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil - que, em 2004, criou o Departamento de Museus, dirigido por José Nascimento Júnior e vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Pergunta - De que forma o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), como um órgão separado do Iphan, pode beneficiar os museus nacionais?
José Nascimento - Desde 2002, o programa do presidente Lula prevê um tratamento diferenciado para os museus na política cultural, o que é uma antiga reivindicação do setor museológico. O Iphan só passou a ter um Departamento de Museus em 2004, perto dos seus 70 anos. Naquele momento, o ministro Gilberto Gil não conseguiu criar o Ibram, mas esse era o objetivo. O instituto vai ajudar o Iphan a se concentrar no patrimônio material, imaterial e arqueológico, o que já é muita coisa. O Instituto Português de Museus foi criado há mais de 15 anos. A Espanha, que também tem estruturas próprias para o setor, mostra que isso valoriza os museus, qualifica sua gestão e melhora os serviços para a população. O Brasil tem o sexto setor do mundo, com 2.607 museus, e não poderia ficar fora dessa tendência internacional. Entre 2001 e 2007, a área de museus movimentou R$ 1,5 bilhão. São 200 milhões de bens culturais sob a guarda dos museus e 40 mil empregos diretos. Saltamos de 15 milhões de visitantes para 29 milhões entre 2003 e 2008. Toda essa grandeza de valores justifica a criação de um órgão que gerencie a preservação, a pesquisa e a economia dos museus.
UM NOVO COMANDO PARA O SETOR MUSEOLÓGICO
INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS - O Ibram substitui o Departamento de Museus, desvinculando-se do Iphan. O instituto tem como objetivo formular uma política cultural para todos os museus brasileiros, não só os federais, melhorar os serviços do setor, aumentar a visitação e arrecadação dos museus, fomentar políticas de aquisição e preservação dos acervos e criar ações integradas entre os museus brasileiros.
ESTATUTO DE MUSEUS - Prevê normas para orientar a gestão dos museus brasileiros, como a obrigatoriedade de um plano museológico e de um programa de segurança, periodicamente testado, além da formulação de uma política de aquisição.
CARGOS - 425 por concurso público e 110 cargos de confiança.
RECURSOS - Serão necessários R$ 22,2 milhões para a implantação do Ibram, provenientes do Ministério do Planejamento. O Departamento de Museus teve R$ 45 milhões de orçamento direto em 2008 (além dos financiamentos obtidos via Lei Rouanet), valor que se pretende que seja aumentado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento dos Museus, em análise na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
DATA DE IMPLANTAÇÃO - A previsão é de que o Ibram comece a funcionar em março deste ano.
* Publicado por Carol Lobo/Comunicação Social
* Categoria(s): Na Mídia
* Tags: Ibram, Museus, Na Mídia
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