19/01/2010

Matéria do portal G1 sobre o novo MIS

Museu da Imagem e do Som terá boate no lugar da Help

De dia, local será sala que contará a história da noite carioca.
Previsão é de que museu seja inaugurado em meados de 2012.

Alícia UchôaDo G1, no Rio

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Ampliar FotoFoto: Alícia Uchôa / G1

Sérgio Cabral se reúne com responsáveis pelo novo MIS antes de começarem as obras (Foto: Alícia Uchôa / G1)

Dez dias depois do fechamento da boate Help, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, nada de turistas nem vestígio da prostituição que marcaram o local. Na manhã desta terça-feira (19), o mesmo imóvel recebeu outros adeptos de boemia: artistas e intelectuais se reuniram com o governador Sérgio Cabral para conhecer o novo projeto do Museu da Imagem e do Som (MIS), que ocupará o espaço a partir de 2012. Além de salas de exposição e acervo, uma boate está prevista nas novas instalações.

Veja fotos de como será o novo MIS

“A boate, de dia, vai contar a história da noite carioca, inclusive da Help, sem preconceitos. À noite será uma boate sem olhar comercial, para saber que tipo de música faz parte do Rio, que abrirá normalmente e eventualmente terá shows e eventos”, explica Daniela Thomas, uma das autoras do projeto de museografia. “Vamos falar desde os saraus da imperatriz até os bailes funk”, completa o curador Hugo Suckman. Tudo, garante Cabral, “sem nenhum moralismo do que a casa já representou”.

Cabral já apagou incêndio do MIS

A ideia de derrubar a Help para construir ali um novo MIS foi do próprio governador, segundo ele, quando passava pela Avenida Atlântica de carro. “Mas entre ter a ideia e tirá-la do papel é difícil”, admite Cabral, que lembra de quando ajudou a apagar o incêndio do museu em 1981.

“Eu tinha uns 18 anos, era de noite, e minha mãe, que é museóloga, me chamou. Partimos em caravana, e lá estava eu, de kombi, jogando balde e ajudando a salvar parte do acervo em risco, até os bombeiros chegarem”, conta ele, filho da museóloga Magali Cabral e do jornalista e pesquisador de música brasileira Sérgio Cabral, que doará seu acervo pessoal para o MIS.

Foto: Divulgação

Projeto é do escritório americano de arquitetura Diller Scofidio (Foto: Divulgação)

O projeto

Orçado em R$ 70 milhões, o projeto é uma parceria do governo do estado com a Fundação Roberto Marinho, sendo que R$ 18 milhões do previsto foram destinados à desapropriação do terreno, no último dia 9.

A previsão é que a demolição seja concluída em março deste ano e que a inauguração seja no segundo semestre de 2012. O prédio, que tem uma área total de 7 mil metros quadrados, foi desenhado pela arquiteta americana Elizabeth Diller, que venceu o concurso realizado ano passado.

“Durante esses 45 anos, o MIS foi mais um grande centro de documentação, um acervo, muito voltado para pesquisadores e alguns estudantes. Agora a gente vai mostrar esse acervo e transformá-lo num museu de fato, para o público em geral. Aqui nasceu boa parte do que hoje se chama de cultura brasileira”, disse Suckman.

Mirante e homenagens

A ideia é que o museu seja dividido em três grandes eixos: a galeria de exposições, que servirá como uma vitrine do acervo; a fábrica da memória, que pretende produzir e atualizar o seu acervo; e o centro de documentação, que deverá ser digitalizado e modernizado para o acesso ao grande público.

Ampliar FotoFoto: Marcos Arcoverde/Agência Estado

Os tapumes da frente da antiga Help ganham caras de músicos feitas pelo artista Muti Randolph (Foto: Marcos Arcoverde/Agência Estado)

O novo MIS deverá ser dividido em temas por andares: no subsolo vai funcionar a boate e a exposição sobre a noite carioca.

No primeiro andar, chamado de Espírito Carioca, haverá espaços dedicados ao carnaval, ao humor carioca e à rebeldia e protestos políticos do Rio; no segundo, chamado de Música, haverá uma homenagem a história do samba, da bossa nova e do choro, com obras e instrumentos musicais de famosos brasileiros; o terceiro andar, Felizes Trópicos, vai abrigar todo o acervo do atual Museu Carmen Miranda e está sendo estudado em espaço dedicado à história da produção de cinema e novelas no Rio.

Já no terraço, com um espaço chamado de A Montanha, o Sol e o Mar, haverá um mirante e intervenções que vão abordar a relação da cidade com a natureza.



Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1453733-5606,00.html

Um comentário:

  1. Daniela Thomas é excelente de cenografia... esperemos que de museografia também.

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