28/02/2012
expo: VESTIÁRIO
“Vestiário propõe uma fusão entre visão e alucinação, arrancando o visitante da monotonia do cotidiano, chacoalhando e aturdindo suas percepções”, diz o curador Leonel Kaz que, ao lado da equipe de conteúdo do Museu do Futebol – instituição da Secretaria de Estado da Cultura – organizou a nova mostra da instituição. Uma feliz coincidência: o antigo local do vestiário do Pacaembu é, hoje, utilizado como sala de exposições temporárias do Museu.
“Uma das sacadas desta exposição é a articulação de três artes distintas – fotografia, mapping e artes plásticas – que, num jogo de sobreposições, trazem alguns dos imaginários que flutuam em torno desse espaço íntimo que é o vestiário”, diz Clara Azevedo, diretora de conteúdo do Museu.
O fotógrafo gaúcho Gilberto Perin acompanhou os atletas do Grêmio Esportivo Brasil, de Pelotas, na disputa pelo título da segunda divisão do Campeonato Gaúcho de 2010. As imagens mostram os dramas e as alegrias vividas no interior de vestiários e dá ao torcedor a sensação de adentrar um dos espaços mais secretos do esporte. “Decidi acompanhar este time porque, meses antes, um grave acidente no ônibus que transportava a equipe mobilizou emocionalmente os atletas. Assim, pude captar momentos-limites de tensão, alegria, disputa. E, também buscar um mundo desconhecido (e proibido) para torcedores e mídia”, diz Perin.
Em “Vestiário”, estas imagens são interpretadas pelo artista plástico Felipe Barbosa, com suas inusitadas bolas de futebol descosturadas e outras peças refeitas a partir de materiais recolhidos, transformados e reorganizados geometricamente. Ele transformou o vestiário do Pacaembu num ateliê de artista em que chuteiras, caneleiras e luvas são expostas repetidamente em armários cenográficos que reproduzem o ambiente de vestiário.
Sobre estas camadas da fotografia e da “instalação” artística entram os jogos de luz e sombra propostos pelo VJ Spetto, por meio de uma intervenção eletrônica que é o vídeo-mapping (isto mesmo, a capacidade de modificar a percepção de objetos por meio da luz!).
Com esta exposição, o Museu do Futebol trabalha para que a ação educativa se torne um instrumento de transformação. Para que as exposições suscitem interrogações, modifiquem o olhar. Para que o visitante entre com perguntas e saia com mais perguntas do que entrou. E principalmente, descubra porções lúdicas que, muitas vezes estão adormecidas em cada um de nós.
“A associação do Safra à essa exposição traduz o comprometimento do banco com o resgate e a divulgação das tradições e manifestações históricas e culturais do Brasil”, diz Rossano Maranhão, presidente do Banco Safra, instituição patrocinadora da mostra.
http://www.museudofutebol.org.br/exposicoes/exposicoes-temporarias/
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