28/09/2014

Seleção pública elegerá próximo diretor do Museu Histórico Nacional

Procedimento do Ibram será usado pela primeira vez após saída de Vera Tostes

RIO — Há duas décadas diretora do Museu Histórico Nacional, a carioca Vera Tostes, 70 anos, anunciou ao presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo, seu desligamento do cargo, para o qual foi indicada, em 1994, pelo governo Itamar Franco. A carta, entregue em julho, contém o habitual: lista as mudanças implementadas, faz os agradecimentos de praxe e apresenta os motivos da saída — no caso, um alongado ciclo que chega ao fim. A novidade é que, pela primeira vez, o cargo de diretor de museu federal será preenchido por meio de uma chamada pública. O procedimento está previsto no Estatuto de Museus, criado pela lei 11.904, de 2009, e só implementado pelo decreto nº 8.124, assinado pela presidente Dilma Rousseff em outubro de 2013. O edital de seleção deve ser publicado no Diário Oficial até o fim deste mês.

— Este sempre foi um cargo de confiança, os diretores de museus federais eram indicados pelo ministro da Cultura, e, desde a criação do Ibram (em 2009), pelo seu presidente. Agora, não será mais um nome a ser tirado do colete. Cada interessado deverá apresentar seu currículo e um projeto dizendo por que quer dirigir o museu, como vê a instituição e que proposta oferece para ela. Terá que demonstrar possuir o conhecimento necessário, não só museológico, mas também de gestão — diz Ângelo Oswaldo.

GESTÃO SERÁ DE QUATRO ANOS
Os candidatos serão avaliados por uma comissão, ainda sem número de integrantes definido, mas para a qual Oswaldo já convidou Vera Tostes. O nome escolhido ao fim do processo seletivo deverá ser homologado pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, para quatro anos, prorrogáveis por mais quatro.

— Essa questão da gestão longa tem prós e contras. Foi bom porque tive tempo de desenvolver o projeto de modernização do prédio e também da historiografia. Mas acho que é um tempo de renovar, é saudável para a instituição. Outro dia disse para um funcionário meu: “Não quero sair daqui dentro de um caixão, é hora de cuidar de outras coisas” — diz Vera, formada em museologia pela antiga Universidade do Brasil, e que pretende, agora, dar consultoria na área.

O próximo diretor vai encontrar o caminho andado para as comemorações do centenário do museu, em 2022. O governo do Estado do Rio cedeu o terreno ao lado, onde funcionava um posto do Detran, para que ali seja construído um anexo. O novo prédio vai abrigar a administração, a biblioteca, o arquivo histórico, o laboratório de restauração e um novo auditório, deixando o prédio existente unicamente para exposições. (Nani Rubin)

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