09/05/2010

Até os super-heróis têm os seus dias ruins

Escultura de Marcus Wittmers do lado de fora do Museu Judaico de Berlim leva o título 'Até os super-heróis têm os seus dias ruins'
Escultura de Marcus Wittmers do lado de fora do Museu Judaico de Berlim leva o título 'Até os super-heróis têm os seus dias ruins'

Superman tem um 'dia ruim' em exposição de museu alemão
Escultura mostra herói com a cabeça enterrada na calçada do museu.
Peça é parte de mostra sobre relação das HQs com os imigrantes judeus.
Uma exposição no Museu Judaico de Berlim defende que não se trata de coincidência que os super-heróis mais famosos do mundo - Superman, Batman e Hulk - tenham sido criados por artistas de quadrinhos judeus.
"Heroes, freaks and superrabis: the Jewish colour of comics" (heróis, esquisitões e super-rabinos: a cor judaica dos quadrinhos), em cartaz no museu alemão, joga luz sobre a vida e a carreira de 45 quadrinistas que descendem de pessoas que emigraram da Europa para Nova York na primeira metade do século XX.
Em suas histórias, esses quadrinistas atacaram Hitler e os soldados nazistas antes mesmo que os EUA entrassem na Segunda Guerra.
Em fevereiro de 1940,cerca de dois anos antes de Pearl Harbor, Jerry Siegel e Joe Shuster, os criadores do Superman, lançaram a HQ "How Superman would end the war" (Como o Superman acabaria com a guerra). O gibi trazia o Homem de Aço dando cabo do líder nazista.
"Eu queria dar um soco não-ariano em seu queixo, mas não há tempo para isso!", diz o herói a Hitler na HQ, antes de enviá-lo de à Suíça para ser julgado junto com Stalin.
Outros personagens, como o Capitão América, da editora Marvel, criado por Jack Kirby e Joe Simon, também lidaram com nazistas.
Nessa época, que foi bem retratada no romance "As incríveis aventuras de Kavalier e Clay", de Michael Chabon, os super-heróis eram vistos como forasteiros (assim como os artistas), com um patriotismo profundo de imigrantes, que lutam para salvar seu novo lar de uma ameaça externa.
Depois da Guerra, os quadrinistas passaram a confrontar os efeitos do Holocausto. No caso mais conhecido, a graphic novel "Maus", Art Spiegelman reconta a história verdadeira de seu pai, um sobrevivente de campo de concentração da Polônia. A obra, publicada em dois volumes (1986 e 1991) foi a primeira história em quadrinhos a vencer o prestigioso prêmio Pulitzer, nos EUA.
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/05/superman-tem-um-dia-ruim-em-exposicao-de-museu-alemao.html

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