05/03/2012

Homem destrói escultura avaliada em R$ 40 mil em parque de Belo Horizonte




Uma escultura do profeta Jeremias avaliada em R$ 40 mil foi destruída por um homem no último sábado (3), no parque municipal Américo Rennê Giannetti, localizado no centro de Belo Horizonte.

O diretor de parques da área sul da Fundação de Parques Municipais, Homero Brasil Filho, disse que o acusado --identificado como Dadio Thadeu Coromaschi e morador da cidade de Brumadinho (região metropolitana de Belo Horizonte)-- apresentava sinais de embriaguez e teria subido no pedestal onde ficava a obra, derrubando-a ao chão. Ele foi detido logo após o episódio.

A artista plástica Valéria Delfim, autora da obra, reclamou de suposto descaso de policiais militares que atenderam à ocorrência e a teriam induzido a não prestar queixa contra o homem. De acordo com ela, a obra estava emprestada ao parque.

A guarda civil municipal da capital mineira, responsável pela segurança do parque, revelou que o homem não foi encaminhado a nenhuma delegacia por conta da desistência dela em prestar queixa contra o acusado da depredação. Segundo a corporação, foi feito apenas um boletim interno de ocorrência.

No entanto, a artista afirmou que um sargento da Polícia Militar, que se identificou apenas como Nogueira, teria dito não existir lei na qual o suspeito pudesse ser enquadrado e a estimulou a não prosseguir com a demanda --o que, de fato, ela fez.

Ainda de acordo com Valéria Delfim, foi produzido um boletim de ocorrência pelos policiais, o homem foi colocado em um carro da polícia, mas ela não soube explicar o que ocorreu depois.

“Eu até argumentei com o policial, mas ele disse ‘não, deixa isso para lá’. Eu ainda questionei sobre o fato de as pessoas entrarem em um espaço público, depredarem alguma coisa e depois não ter punição. Ele me disse que não tinha lei para o caso, e eu confesso que não entendo de leis”, declarou.

Versões desencontradas
Segundo Homero Brasil Filho, o homem foi encaminhado a um batalhão da Polícia Militar, situado no bairro Santa Efigênia, região leste da capital mineira.

O atendente do batalhão informou, porém, que ninguém é detido em unidades da Polícia Militar, mas encaminhado a delegacias da Polícia Civil mineira responsáveis pelas áreas onde são registradas as ocorrências.

Já a assessoria da Polícia Civil revelou que, por ter sido em um fim de semana, a ocorrência é registrada no plantão da corporação e, posteriormente, encaminhada à delegacia responsável pela área. No entanto, o setor disse que ainda não encontrado nenhum registro relativo ao caso. O UOL está tentando contato com o responsável pelo batalhão.

Reparação
A autora da obra salientou que aguarda uma decisão da Prefeitura de Belo Horizonte sobre o ressarcimento do valor da obra. A assessoria da prefeitura disse que o setor jurídico vai analisar o caso.

O diretor Brasil Filho afirmou que vai estudar, juntamente com o departamento jurídico, as medidas que podem ser aplicadas em uma possível ação judicial contra o suspeito.

Caso semelhante
Um caso semelhante aconteceu recentemente em Minas Gerais. No Carnaval, foi registrado um dano causado a uma cruz tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) na cidade histórica de Ouro Preto, localizada na região central de Minas Gerais.

Segundo a Polícia Civil mineira, três turistas do Estado de São Paulo foram indiciados por crime contra o patrimônio público após terem danificado, no domingo de Carnaval, a Santa Cruz da Ponte da Barra, datada do século 19. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial da cidade.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/03/05/homem-destroi-escultura-avaliada-em-r-40-mil-em-parque-de-belo-horizonte.htm

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